Os preparativos para o Natal na Terra Santa começaram recordando vítimas dos últimos enfrentamentos entre israelenses e palestinos
Da redação, com Rádio Vaticano
A comunidade cristã na Terra Santa começou os preparativos para festejar o nascimento de Jesus. Segundo informou o Patriarcado Latino de Jerusalém na nesta quarta-feira, 9, Sua Beatitude Fouad Twal presidirá a tradicional procissão do dia 24 de dezembro, que sairá da cidade, passará pelo Monastério do Mar Elias, cruzará o muro da separação, e finalmente chegará a Belém.
“É bom ver que ainda continuem estas tradições, apesar da situação”, indicou o reitor do Seminário de Beit Jala, padre Jamal Khader, e afirmou: “Apesar do muro, estas duas cidades, do nascimento de Cristo e da sua morte e ressurreição, são inseparáveis”.
Em suas declarações, difundidas pelo Patriarcado Latino, padre Khader expressou sua preocupação em relação ao aumento do extremismo judeu, personalizado pelo grupo Lehava, o qual realizou ataques e atos de vandalismo contra cristãos e inclusive lugares de culto muçulmanos.
“Estes ataques nos incomodam muito e o pior é a impunidade de seus membros. Estes criminosos são conhecidos pelas autoridades, mas não são motivo de seguimento. Que estado de direito existe em Israel e sobretudo para quem? Estes grupos ameaçam a convivência entre as religiões, por isso, o Estado de Israel deveria fazer algo e proteger especialmente os seus cidadãos”, denunciou.
No último dia 29 de novembro, ocorreu uma manifestação de um grupo de membros do Lehava frente à YMCA de Jerusalém contra a celebração de bazares natalinos, denunciando a “matança de judeus” e pressionando os cristãos a fim de que abandonem a Terra Santa.
Árvore de Natal
Uma cerimônia inaugurou as luzes da árvore de Natal em Belém no último sábado, 5, na Praça do Presépio, em frente a Igreja do Natal. Na ocasião, recordou-se as vítimas dos últimos enfrentamentos entre israelenses e palestinos.
Cerca de quatro mil pessoas participaram, entre elas a prefeita cristã Vera Baboun, que pronunciou um emotivo discurso ao recordar os 133 falecidos – 114 palestinos e 19 israelenses – nos ataques e enfrentamentos iniciados no mês de outubro.
“Embora celebremos no Natal a vida, a alegria e a esperança, também devemos festejá-lo com um espírito de compaixão com aqueles que sofrem e respeito aos falecidos”, afirmou.
“A situação é crítica, mas devemos continuar gritando mais forte nossa mensagem de paz, a mensagem de um povo que, entretanto, não conhece a paz”, acrescentou.