Para que ação contra a crise ecológica seja mais eficaz, Cardeal Peter Turkson aposta no trabalho conjunto entre crentes de diversas comunidades religiosas
Da Redação, com Rádio Vaticano em italiano
Católicos e muçulmanos trabalhem juntos pela proteção da Criação. Esse é o pedido do presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz, Cardeal Peter Turkson, em uma mensagem enviada ao Simpósio Islâmico sobre mudanças climáticas. O evento é realizado nesta segunda e terça-feira, 17 e 18, na cidade turca.
Diante da situação atual do meio ambiente, que assiste a uma crescente da crise ecológica, o cardeal chama a atenção para a recente encíclica do Papa Francisco sobre o assunto – Laudato si – em que o Santo Padre convida à conversão ecológica do coração.
“Devemos re-imaginar à luz da nossa fé o nosso empenho no cuidado da ‘casa comum’, desse nosso planeta, a Terra, porque não é suficiente propor meras soluções técnicas, impotentes em resolver os graves problemas do mundo se a humanidade perde a sua rota”, afirma o presidente do órgão vaticano.
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Nesse contexto, a solidariedade entre os crentes torna a ação ecológica mais eficaz, ressalta a mensagem. “Uma grande motivação que une cristãos, muçulmanos e muitos outros é a fé sadia em Deus: essa nos leva a tomar conta dos magníficos dons que Deus concedeu a nós e às gerações futuras”. Por isso, o cardeal acredita que a ação será mais eficaz se os crentes de diversas comunidades religiosas encontrarem um modo de trabalhar juntos.
Declaração islâmica sobre mudanças climáticas
Na conclusão do evento, em 18 de agosto, será apresentada à imprensa, em versão integral, uma declaração islâmica sobre mudanças climáticas. O documento chamará cerca de 1 milhão e 600 mil muçulmanos no mundo a agir na área ambiental e representará um apelo crucial em vista da Conferência Internacional sobre mudanças climáticas que será realizada em Paris em dezembro desse ano.
Redigida depois de uma ampla consulta com os principais estudiosos muçulmanos, acadêmicos e grupos religiosos, a declaração destacará também a necessidade de uma ação global urgente nas mesquitas para enfatizar o papel que o Islã pode ter na criação de um mundo livre das graves consequências das mudanças climáticas.
O documento também pedirá aos países mais ricos e poderosos para reduzirem drasticamente suas emissões de gases de efeito estufa e para apoiar as comunidades mais vulneráveis, seja em enfrentar o impacto das mudanças climáticas seja na exploração de energias renováveis.