Após julgamento que durou três anos, Shagufta Kiran foi considerada culpada por blasfêmia depois de compartilhar conteúdo no aplicativo de mensagens
Da Redação, com Agência Fides
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Shagufta Kiran / Foto: Reprodução Agência Fides
Uma mulher cristã foi condenada à morte no Paquistão acusada do crime de blasfêmia (artigo 295-C do Código Penal). Após um julgamento que durou três anos, Shagufta Kiran foi considerada culpada por ter insultado o profeta Maomé depois de compartilhar uma mensagem pelo aplicativo de mensagens WhatsApp.
O advogado da mulher, Rana Abdul Hameed, afirmou que um juiz de primeira instância, do tribunal especial de Islamabad, que aplica a Lei da Prevenção de Crimes Eletrônicos (PECA), também impôs uma multa de 300.000 rúpias (cerca de mil dólares estadunidenses).
A defesa de Kiran explicou que ela “não era autora daquele conteúdo e que ela, simplesmente, o encaminhou on-line, sem tê-lo lido”. Contudo, isso não foi suficiente para evitar a condenação. Kiran foi presa pela Agência Federal de Investigação (FIA), em 29 de julho de 2021, e atualmente está detida na Prisão Central de Adyalaa, em Rawalpindi, onde continuará a cumprir a pena até a execução da sentença.
Hameed anunciou que irá recorrer da decisão em segunda instância de julgamento, ao Tribunal Superior de Islamabad. Segundo o advogado, “a pessoa que escreveu a mensagem ofensiva ainda está foragida, mas quem apenas expressou sua opinião, sem aprovar a mensagem, foi condenada”. “Acreditamos que Shagufta foi acusada porque é cristã: ela é um alvo fácil e vulnerável”, acrescenta.
No Paquistão, está em andamento uma rígida vigilância sobre o possível crime de blasfêmia na web e nas redes sociais, considerado, pelas organizações islâmicas, como “uma ameaça crescente, a ser punido com o máximo rigor”. O Departamento de Crimes Cibernéticos da Agência Federal de Investigação monitora e entrega à polícia aqueles que postam conteúdo blasfemo on-line.