Na ONU, Dom Paul Richard Gallagher, Secretário de Estado do Vaticano, falou a respeito da crise humanitária que assola a África
Da redação, com Boletim da Santa Sé
Dom Paul Richard Gallagher, secretário vaticano das Relações com os Estados / Foto: Vatican Media
Durante a 73ª Assembleia Geral da ONU, nesta quinta-feira, 27, o arcebispo Paul Richard Gallagher, Secretário para Relações com os Estados do Vaticano, falou a respeito da crise humanitária e social que assola a República Centro-Africana. De acordo com o secretário, a situação no país africano traz grande preocupação à Santa Sé, sobretudo por conta da inabilidade da comunidade internacional em criar mecanismos efetivos para que estas situações sejam resolvidas.
“As regiões que compreendem o noroeste e o centro do país permanecem neste conflito tenso e a região sudoeste tem visto um aumento nessas lutas”, explicou Dom Gallagher. “As consequências destes anos de combate custaram as vidas de milhares de civis, deixando outros milhares vítimas, pessoas deslocadas e refugiados que tentam fugir para países vizinhos para países como Camarões e Congo. Como sempre, mulheres e crianças são as maiores vítimas desses conflitos”, reiterou o arcebispo.
Segundo Dom Gallagher, há 2,5 milhões de pessoas sem necessidade básica ou suporte humanitário. Deste total, 1,3 milhões delas são crianças. Dentro deste complexo contexto, a Missão Multidimensional de Estabilização Integrada na República Centro-Africana (MINUSCA, na sigla inglês) tem o objetivo de aliviar o sofrimento dessas pessoas sem defesa e mais necessitadas.
“A Santa Sé encoraja a MINUSCA a exercer todos os esforços possíveis para garantir os direitos humanos a estes cidadãos, protegendo-os das agressões armadas e outros abusos que violam a dignidade humana, sem quaisquer discriminações de status social ou afiliação religiosa. Neste conceito, a Santa Sé continua preocupada com a questão do tráfico ilegal de armas. Portanto, medidas sólidas devem ser tomadas para superar este assunto sério”, ponderou Dom Gallagher.
Ao final de sua mensagem, o secretário do Vaticano pediu que haja mais tolerância e amor ao próximo para que situações como esta vivenciada na República Central Africana deixem de existir pelo mundo. “Todos os cidadãos devem se esforçar para se entenderem de forma mútua e tolerar o outro, independentemente de sua afiliação política, etnia ou confissão religiosa”, disse. “Em sua visita à África Central, o Papa Francisco deixou claro seu apelo, já que cristãos e muçulmanos ‘devem permanecer unidos trabalhando pelo fim de um ato que desfigura o rosto de Deus e cujo objetivo final é defender os interesses particulares por todos e quaisquer meios, em detrimento do bem comum’”, finalizou.
A 73ª Assembleia Geral da ONU é realizada em Nova Iorque até o dia 1º de outubro.
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