Meninas são abusadas sexualmente e meninos têm os órgãos genitais mutilados em sessões de tortura
Liliane Borges
Da Redação, com Nações Unidas no Brasil
Crianças sírias sofrem verdadeiros horrores desde o início da guerra civil, é o que afirma o relatório da Nações Unidas sobre a situação dos menores no país árabe.
O documento, que abrange o período de 1° de março de 2011 a 15 de novembro de 2013, aponta o governo, as milícias aliadas e as forças de oposição por diversos crimes contra crianças e adolescentes. O relatório, apresentado ao Conselho de Segurança na última semana, fornece uma lista de atrocidades realizadas contra os menores.
O governo sírio é apontado como o principal agressor nos casos de tortura, violência sexual, mutilações e maus-tratos. As forças da oposição são responsabilizadas pelo recrutamento de jovens para o combate e como escudo humano nas operações militares.
O relatório descreve a situação vivida pelas meninas que são presas e abusadas sexualmente por agentes de inteligência síria, como tentativa de obter pistas sobre rebeldes. Os meninos são agredidos e têm os órgãos genitais mutilados.
Segundo o documento, esses crimes são praticados para forçar os familiares a entregarem supostos traidores do governo. A ONU destaca que o principal motivo da fuga das famílias para outros países é o medo da violência sexual sofrida pelas mulheres e crianças.
As Nações Unidas apontam também o desaparecimento de muitas crianças e observa que todas as partes no conflito dificultaram seriamente a entrega de ajuda humanitária nas áreas mais afetadas.
“As violações devem chegar a um fim agora”, afirmou o secretário-geral da ONU , Ban Ki-moon, ao comentar o relatório.
“Peço, portanto, a todas as partes no conflito que tomem, sem demora, todas as medidas para proteger e defender os direitos de todas as crianças na Síria”, declarou o secretário.