As crianças que morrem sem ser batizadas, vão para o céu: essa é a conclusão da Comissão Teológica Internacional, em seu documento "A esperança da salvação para as crianças que morrem sem o Batismo", com 41 páginas, e aprovado por Bento XVI em 19 de abril.
A Comissão publicou o texto no qual esclarece o conceito, até então em vigor, de que as crianças mortas não batizadas vão para o "limbo". "Uma visão excessivamente restrita da salvação" _ lê-se no documento, divulgado pela agência norte-americana, "Catholic News Service".
O secretário-geral da Comissão Teológica Internacional, Pe. Luis Ladaria, explicou, numa entrevista à Rádio Vaticano quais as razões para essa mudança de conceito.
"Em primeiro lugar, vem a misericórdia infinita de Deus, que quer que todos os homens sejam salvos; a mediação única e universal de Cristo, vindo ao mundo para salvar os homens. Depois,Jesus mostrou-se especialmente próximo às crianças, com uma particular predileção."
O sacerdote explicou que o conceito de "limbo" era usado popularmente e teologicamente, para não ter que dizer que uma criança morta sem ser batizada iria para o inferno.
O conceito não é mencionado no Catecismo da Igreja Católica, e isso significa uma mudança de mentalidade teológica em relação aos séculos passados. O tema, em estudos desde 2004, foi indicado, segundo o secretário-geral da Comissão, pelo Papa Bento XVI, quando ainda cardeal Joseph Ratzinger. (AL)
O documento da Comissão Teológica Internacional não faz parte do Magistério da Igreja, pois esta Comissão tem um caráter de consulta.
A Comissão se compõe de teólogos de diversas escolas e nações, eminentes por ciência e fidelidade ao Magistério da Igreja. Os membros, de aproximadamente 30 pessoas, são nomeados pelo Santo Padre por cinco anos a partir da proposta do prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e após consultar as Conferências Episcopais.