O jornalista da Rádio Vaticano, Fabrizio Mastrofini, apresentou o livro "Geopolítica da Igreja Católica", afirmando que cada continente apresenta as suas dificuldades próprias, contrastes e tensões, bem como novos projetos e compromissos assumidos pela Igreja, espalhada pelo mundo.
Na obra assinala-se que o número de católicos no mundo continua a crescer: em 25 anos, passaram dos quase 757 milhões a 1,085 mil milhões, em 2003. Os dados mostram um crescimento de 43,5%, com percentagens que variam de Continente para Continente, revelando uma Igreja globalizada.
Na Europa, os números tendem a cair, enquanto na África mostram um crescimento. A atenção do jornalista centra-se, sobretudo, na África, que é descrita como "uma realidade dividida em duas partes: a Norte, a presença do Islão, enquanto o Sul é caracterizado pelas religiões tradicionais, com suas características animistas e tribais, e marcado pela pobreza, subdesenvolvimento e exploração, além da pandemia da Aids".
A realidade católica nesse contexto passou de dois milhões de católicos, em 1900, a mais de 130 milhões no ano 2000, a mais rápida expansão num único Continente, em toda a história da Igreja. Essa mesma África é também o território onde a Igreja deve enfrentar dois grandes desafios: o crescimento do Islão e a difusão das seitas.
Na Europa, por outro lado, o inimigo número um é a secularização da sociedade. O Continente, na verdade, tornou-se "terra de missão". Reiteradas vezes, o Papa atribuiu tal situação ao abandono das raízes cristãs, e a legislações consideradas anticristãs, no que diz respeito à família e à bioética.