Donald Trump disse que ações “ameaçadoras e desestabilizadoras” como essas só aumentam o isolamento do regime da Coreia do Norte
Da redação, com agências
O míssil balístico lançado nesta segunda-feira, 28, pela Coreia do Norte caiu no Mar do Japão. O míssil, que percorreu cerca de 2,7 mil quilômetros e passou por cima da ilha de Hokkaido, é visto como mais uma provocação do regime de Pyongyang contra os Estados Unidos, seu inimigo declarado. O Japão e a Coreia do Sul são os maiores aliados de Washington na região.
Apesar de fazer vários testes e lançamentos de mísseis, essa foi a primeira vez que um dispositivo militar norte-coreano passou por cima do território japonês. Nas outras duas vezes que isso ocorreu, em 1998 e 2009, a Coreia do Norte justificou que fora para lançamento de satélites espaciais.
‘Opções sobre a mesa’
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira, 29, que todas as opções estão sobre a mesa para responder à Coreia do Norte, depois que Pyongyang lançou um míssil balístico que atravessou o Japão na última segunda-feira.
“O mundo recebeu a mais recente mensagem da Coreia do Norte em alto e bom som: esse regime sinalizou seu desprezo por seus vizinhos, por todos os membros da ONU e pelos padrões mínimos aceitáveis para comportamento internacional”, disse Trump, em comunicado divulgado pela Casa Branca.
“Ações ameaçadoras e desestabilizadoras só aumentam o isolamento do regime da Coreia do Norte na região e entre todas as nações do mundo. Todas as opções estão sobre a mesa”, disse Trump.
Conselho de segurança da ONU
A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley, disse também hoje a atitude norte-coreana foi “absolutamente inaceitável e irresponsável”, e que o Conselho de Segurança da ONU precisa tomar ações sérias.
“Nenhum país deveria ser sobrevoado por mísseis como foram as 130 milhões de pessoas no Japão. É inaceitável”, disse Haley a repórteres.
A Coreia do Norte “violou todas as resoluções do Conselho de Segurança da ONU que nós adotamos, e por isso eu acho que algo sério precisa acontecer”, acrescentou.
Dizendo “basta”, Haley afirmou esperar que a China e a Rússia continuem a trabalhar com o restante do Conselho de Segurança da ONU durante reunião na tarde desta terça-feira para discutir o que mais pode ser feito sobre os programas nuclear e de míssil da Coreia do Norte.
Rússia e China
A Rússia, apesar de ser adversária dos EUA, também condenou o lançamento do míssil, uma vez que eleva a tensão na Ásia e pode provocar um conflito militar na região envolvendo as grandes potências, como a China.
“Se uma guerra começar, ninguém tentará entender quem é o responsável. Emergirá uma realidade absolutamente nova e haverá tragédias infinitas. Por isso, devemos evitar uma guerra de qualquer maneira”, disse o vice-chanceler russo, Sergei Ryabkov.
A representante de política externa da União Europeia, Federica Mogherini, disse, por sua vez, que as ações da Coreia do Norte “são uma séria ameaça à paz e à segurança internacional”, além de pedir união entre os países para resolver a crise.
As Forças Armadas da Coreia do Sul dispuseram oito bombas na fronteira com a Coreia do Norte, em uma demonstração de sua capacidade militar de reação a um ataque.
O regime de Pyongyang faz, há anos, testes de mísseis, além de ameaçar os EUA. Recentemente, porém, a tensão entre os dois países aumentou, com declarações iminentes de guerra.