Mariano Rajoy, primeiro-ministro espanhol, anunciou que suspenderá os poderes do parlamento da Catalunha
Da redação, com Ansa
O primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, anunciou neste sábado, 21, que serão suspensos os poderes do parlamento da Catalunha. Além disto, o governo será demitido e novas eleições regionais serão convocadas no prazo de seis meses com o objetivo de neutralizar a tentativa de independência do território.
As medidas serão votadas pelo Senado na próxima sexta-feira, 27, e foram analisadas durante o Conselho de Ministros da Espanha. O primeiro-ministro alegou que estas medidas foram tomadas para restaurar a lei, garantir que as instituições regionais sejam neutras e garantir serviços públicos e atividades econômicas, bem como preservar os direitos civis de todos os cidadãos. “Aplicamos o artigo 155 porque nenhum governo de nenhum país democrático pode aceitar que a lei seja violada”, afirmou Rajoy em um duro discurso.
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A autonomia catalã, porém, não foi suspensa. Madri, por sua vez, nomeará representantes para coordenar a administração regional, já que a decisão é remover o presidente catalão, Carles Puigdemont, seu vice, Oriol Junqueras, e todos os membros do governo.
Com esta antecipação, o pleito, que estava originalmente previsto para o fim de 2019, poderá ocorrer em até seis meses. “A minha vontade é de fazermos as eleições na primeira oportunidade”, acrescentou Rajoy.
A ativação do artigo 155 representa um movimento sem precedentes desde que a Espanha retomou a democracia, na década de 1970. A pretensão dos ministros é “restaurar a ordem constitucional”. Todo este procedimento foi acordado entre o governo do conservador Partido Popular e a principal força de oposição, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE). O partido Cidadãos, de centro-direita, também deu aval para o artigo.
Além disso, o governo da Espanha recebeu apoio da União Europeia que não vê com bons olhos a tentativa de separação da Catalunha.
Poucas horas antes do anúncio de Rajoy, o rei Felipe VI denunciou “uma inaceitável tentativa de secessão”. Tornando mais grave a crise, o Minitério Público confirmou que estuda acusar Puigdemont pelo crime de rebelião, o que pode levar a 30 anos de prisão na Espanha.