A crise econômica que atinge a Europa foi pauta da Conferência Internacional realizada no Vaticano nesta semana
Da redação, com Agência Ecclesia
Terminou nesta quarta-feira, 27, no Vaticano, uma Conferência Internacional sobre a crise econômica, que analisou o impacto do desemprego na Europa e os atuais problemas na Grécia.
De acordo com o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, o modelo econômico atual revela “numerosas insuficiências, disfunções e desvios com pesadas consequências sobre o atual cenário mundial” e arrisca perder de vista os seus objetivos originais, esquecendo “a dignidade da pessoa humana e o bem comum”.
“A chave é a formação moral das pessoas, necessária a todos os níveis, que pode levá-las à redescoberta do significado do trabalho coletivo e individual ao serviço do desenvolvimento humano integral”, disse.
Já o observador permanente junto das instituições das Nações Unidas em Genebra, dom Silvano Maria Tomasi, analisou a instabilidade na zona Euro por causa da situação na Grécia.
“Quando há um país com problemas, não é isolando-o que o protegemos: protegemo-lo participante nos problemas do país que está em crise e ajudando-o a resolvê-los”, disse à Rádio Vaticano.
A conferência internacional alertou ainda para o impacto da elevada taxa de desemprego numa Europa onde falta trabalho e a “economia parece estar cada vez menos a serviço da pessoa”.
A conferência internacional teve início no último dia 25, promovida pela Fundação ‘Centesimus Annus’, órgão criado por São João Paulo II, para contribuir na difusão do conhecimento dos princípios da Doutrina Social da Igreja.
Premiação
A fundação entregou ainda o prêmio “Economia e Sociedade” – um concurso internacional bienal – a Pierre de Lauzun, pelo seu trabalho ‘Finance: un regard chrétien. De la banque mediévale a la mondialisation financière’ (Finanças: uma perspetiva cristã. Da banca medieval à globalização financeira).
O autor francês reflete sobre a “moralidade das pessoas” que trabalham nos mercados financeiros e observa que “não há nenhuma transação financeira” que possa ser separada da realidade social e das exigências morais.