A vigília, que recebeu o nome de ‘Paz por Gaza’, foi organizado em Roma pela Comunidade de Santo Egídio, na Igreja de Santa Maria em Trastevere
Da redação, com Vatican News

A fome já atingiu 12 mil crianças em Gaza, de acordo com estimativas do Programa Mundial de Alimentos (PMA) / Foto: Reprodução Reuters
Centenas de pessoas se reuniram na noite desta egunda-feira, 22, pela Paz em Gaza, organizada pela Comunidade de Santo Egídio e apoiada por dezenas de organizações católicas.
O Cardeal Gualtiero Bassetti, Arcebispo Emérito de Perugia-Città della Piavè e ex-Presidente da Conferência Episcopal Italiana, presidiu a vigília, que incluiu orações pelos reféns, vítimas da guerra e crianças em Gaza, com depoimentos de pessoas no local, incluindo um poema comovente de uma mãe de Gaza.

Cardeal Gualtiero Bassetti / Foto: Reprodução Youtube
Cardeal Bassetti: a guerra pode e deve ser interrompida
“A guerra nunca é uma tragédia aleatória”, disse ele. “Ela é escolhida, desejada. E pode — e deve — ser interrompida.”
O cardela acrescentou: “Toda violação dos direitos humanos é o resultado de decisões específicas. A guerra não é destino — é uma escolha. E devemos escolher de forma diferente.”
Citando o finado Papa Francisco e o filósofo Martin Buber, o Cardeal Bassetti enfatizou o diálogo e a dignidade humana, exortando os fiéis a nunca traírem sua humanidade compartilhada.
Cardeal Pizzaballa: violência alimenta ciclo vicioso
A noite também contou com a voz do Patriarca Latino de Jerusalém, Cardeal Pierbattista Pizzaballa, acompanhado por uma videomensagem da Terra Santa, na qual ele observou que “estamos com o coração partido” e que “em 35 anos, nunca vi um momento tão sombrio”.

Cardeal Pierbattista Pizzaballa / Foto: Mohamad Torokman – Reuters
O Cardeal Pizzaballa observou que, embora “tenhamos deixado espaço para extremistas de ambos os lados”, “ainda confio nos muitos corações gentis, pessoas que trabalham silenciosamente pela justiça e pela paz”.
Com esse sentimento, ele clamou por verdade e justiça com amor para com todos, alertando que a violência só alimenta mais ódio em um ciclo vicioso.
Em especial, o Patriarca Latino de Jerusalém ressaltou: “Quando a linguagem da força falha, quando toda essa estrutura de violência desmorona, devemos estar prontos — para trazer a força da mansidão para que todos possam herdar, em beleza e amor, a terra que Deus nos deu”.