Proclamado pela ONU, Dia Internacional da memória e homenagem às vítimas do terrorismo é celebrado nesta quarta-feira, 21
Da redação, com Vatican News
A Assembleia Geral da ONU, na sua Resolução 72/165, decidiu há dois anos proclamar o dia 21 de agosto Dia Internacional da memória e homenagem às vítimas do terrorismo, a fim de honrar e apoiar as vítimas e sobreviventes do terrorismo e de promover e proteger o pleno gozo dos seus direitos humanos e liberdades fundamentais. Ao proclamar este Dia, a Assembleia Geral reconhece que a promoção e a proteção dos direitos humanos e do estado de direito são essenciais para prevenir e combater o terrorismo.
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“O terrorismo em todas as suas formas e manifestações continua a ser um desafio global que causa danos permanentes aos indivíduos, famílias e comunidades. Estas cicatrizes são profundas e, embora possam desvanecer com o tempo, nunca desaparecem”. É o que escreveu o Secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, na Mensagem para o Dia deste ano.
“Este Dia Internacional recorda-nos que, durante muito tempo após um ataque, as vítimas continuam a lutar contra as suas consequências. Vítimas e sobreviventes de todo o mundo devem ter a oportunidade de se recuperarem por meio da justiça e de medidas de apoio. (…) Apoiar as vítimas do terrorismo – escreve Guterres -, é uma das maneiras de honrar a nossa responsabilidade de defender seus direitos e a nossa humanidade comum. Ao ouvi-los, podemos também aprender muito sobre a melhor forma de unir as nossas comunidades contra o terrorismo”.
A estratégia global das Nações Unidas
A estratégia global antiterrorista das Nações Unidas, adotada pela Assembleia Geral em 8 de setembro de 2006, afirma que a desumanização das vítimas do terrorismo em todas as suas formas e manifestações cria um ambiente propício à propagação do terrorismo. Continuar a reforçar e a maximizar a capacidade das Nações Unidas em setores como a prevenção de conflitos, negociação, mediação, manutenção da paz e consolidação é, pois, a forma mais eficaz de respeitar a dignidade e, ao mesmo tempo, combater o terrorismo.
A resiliência das vítimas
O tema principal desta segunda edição é a resiliência das vítimas e suas famílias. Uma reflexão sobre como conseguiram transformar as suas experiências dolorosas, olhando não só para um caminho de cura e recuperação, mas também para um esforço comum para reforçar as estratégias de combate a todas as formas de terrorismo. Guterres inaugura hoje em Nova Iorque, na sede das Nações Unidas, uma exposição fotográfica apresentada pelo Escritório das Nações Unidas para a Luta contra o Terrorismo (UNOCT) e pelo Grupo de Amigos das Vítimas. Composta por testemunhos e histórias que mostram o caminho pessoal que estas pessoas enfrentam, quer evidenciar de forma plástica o renascimento daqueles que sofreram uma experiência dolorosa.
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“Dezenas de milhares de vítimas todos os anos”
“A ONU é muito importante para essas pessoas, para ajudá-las a curar não apenas o corpo, mas também a mente”. Com estas palavras Laura Quadarella Sanfelice de Monteforte, professora de Políticas contra o terrorismo na Universidade de Roma Niccolò Cusano, sublinha a importância deste Dia. Quanto ao número de vítimas do terrorismo, há dezenas de milhares todos os anos; uma parte muito pequena no Ocidente. A Síria, o Afeganistão, a Nigéria, a Somália e o Iraque são os países que, sozinhos, são responsáveis por mais da metade das vítimas.