Celebração dos fiéis defuntos acontece nesta terça-feira, 2; Data está na tradição católica desde o final do primeiro século
Da redação, com CNBB
A Igreja celebra, nesta terça-feira, 2, a “Comemoração de todos os fiéis defuntos”. A data está na tradição católica desde o final do primeiro século. É uma ocasião para lembrar daqueles que partiram desta vida e também para celebrar a vida em Cristo na certeza da ressurreição.
Nesse período de recordação, a Igreja oferece a possibilidade de alcançar indulgências em favor dos fiéis falecidos.
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Eternidade
Em artigo publicado no Portal da CNBB, o arcebispo da arquidiocese do Rio de Janeiro (RJ), cardeal Orani João Tempesta, explica a comemoração dos fiéis defuntos.
Ela é celebrada um dia após a festa de todos os santos, no calendário universal da Igreja, “para mostrar que as duas festas litúrgicas estão ligadas intimamente pela fé e pela esperança no destino eterno da criatura humana”.
A solenidade dos fiéis defuntos, ressalta o cardeal, “mostra-nos que a morte é o ‘último inimigo a ser vencido’ (1Cor 15,26), e a vitória sobre a morte é o critério da esperança de todos os batizados”.
Oração pelos falecidos e indulgências
O Dia de Finados é, portanto, “um dia de oração que vivemos na saudade em lembrar daqueles que passaram aqui pela terra e agora se encontram na eternidade”.
Nesta data, a Igreja motiva que os fiéis repitam a proposta que deu origem à celebração, como ir ao cemitério, participar da missa e rezar pelos que já partiram.
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“Enquanto nós continuamos aqui peregrinando nessa terra, devemos almejar a vida eterna e construir, aqui na terra, o Reino de Deus, que vivenciaremos de maneira plena no céu. Por isso, nós rezamos por nossos entes queridos, para que estejam na eternidade ao lado de Deus e na certeza de que um dia nos encontraremos com eles”, escreveu Dom Orani Tempesta.
Indulgências
O Diretório de Liturgia da Igreja no Brasil detalha as indulgências concedidas:
- Aos que visitarem o cemitério e rezarem, mesmo só mentalmente, pelos defuntos, concede-se uma Indulgência Plenária, só aplicável aos defuntos: diariamente, do dia 1º ao dia 8º de novembro, nas condições de costume, isto é: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Sumo Pontífice; nos restantes dias do ano, Indulgência Parcial (Enchir. Indulgentiarum, n. 13).
- Ainda neste dia, em todas as igrejas, oratórios públicos ou semipúblicos, igualmente lucra-se uma Indulgência Plenária, só aplicável aos defuntos: a obra que se prescreve é a piedosa visitação à igreja, durante a qual se deve rezar a Oração dominical e o Símbolo (Pai nosso e Creio), confissão sacramental, comunhão eucarística e oração na intenção do Sumo Pontífice (que pode ser um Pai Nosso e Ave Maria, ou qualquer outra oração conforme inspirar a piedade e devoção).
Sobre a forma do item n. 1 acima, a Penitenciária Apostólica decidiu prorrogar as indulgências para todo o mês de novembro, não apenas para os oito primeiros dias do mês, conforme fez no ano passado. A medida deve-se à pandemia do novo coronavírus e às medidas de restrições.
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Fiéis defuntos e pandemia
O arcebispo de Montes Claros (MG) e presidente da Comissão para a Cultura e a Educação da CNBB, Dom João Justino de Medeiros Silva, recordou que, desde o início do ano 2020, no mundo inteiro, milhões de pessoas morreram em razão da pandemia da COVID-19. Aqui no Brasil, são mais de 607 mil mortos em decorrência da Covid-19.
“O respeito aos mortos se estende na solidariedade com os enlutados. Não podemos esquecer seus nomes, suas histórias, seus feitos. Fazer memória dos mortos pela visita aos cemitérios ou pela oração em casas ou igrejas é reconhecer que há inúmeros corações feridos pela morte das pessoas amadas. É tocar a mais cruel das verdades: somos mortais. Mas é também renovar a mais genuína profissão de fé cristã: Creio, Senhor, na ressurreição!”, afirmou Dom João Justino.
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Também o bispo de Erexim (RS), Dom José Gislon, refletiu sobre o sofrimento dos cristãos diante do mistério da morte. “Ser cristão é acreditar na ressurreição, é viver na certeza de que existe uma vida, um encontro, uma esperança para nós e para os nossos entes queridos. […] Como cristãos devemos dar testemunho da nossa fé no Ressuscitado no mundo e da nossa esperança no Senhor da vida”.