Dia do Catequista é celebrado no último domingo do mês de agosto
Denise Claro
Da redação
Neste domingo, 30, será celebrado o Dia do Catequista. A data é sempre comemorada no último domingo do mês de agosto, dedicado às vocações.
A catequese, segundo o assessor da Comissão da Animação Bíblico-Catequética da CNBB, Padre Jânison Santos, é um processo dinâmico, sistemático, de educação na fé. O catequista é aquele que educa os seus catequizandos crianças, jovens e adultos na fé cristã.
“A catequese está dentro de um processo mais amplo, que é a evangelização, e a Igreja existe para evangelizar. O catequista tem a missão de ajudar o catequizando a fazer a experiência do encontro com Jesus Cristo”, afirma. Não se trata apenas de uma aquisição de teorias e conhecimentos, mas o momento da catequese é um tempo privilegiado de experiência pessoal com Deus.
Padre Jânison lembra que os Papas sempre olharam com atenção para a catequese, mas que nos últimos cinquenta anos o Vaticano têm se preocupado ainda mais em relação a esta missão.
“João Paulo II escreveu o documento ‘Catequese Hoje’. Quando esteve com os catequistas em Porto Alegre, o Papa João Paulo II afirmou que a catequese de amanhã dependia da nossa catequese hoje. Em 97, foi publicado o diretório geral para a Catequese. Ele tinha uma grande preocupação com uma catequese bem feita, com essa adesão a Jesus.”
Ele lembra que Bento XVI fez mudanças em relação à catequese no Vaticano, criando o Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização. A partir daí, começaram os Congressos Internacionais e, posteriormente, a publicação de um novo documento.
O sacerdote destaca que, apesar de o ideal ser as crianças receberem, desde cedo, a transmissão dos valores e esta iniciação da fé, o que se observa é que atualmente isso tem acontecido pouco, o que se torna um grande desafio para os catequistas.
“Somos convidados a nos reinventar, no sentido de como, neste contexto atual, continuar esta missão essencial na Igreja de transmissão da fé. A catequese é insubstituível, e é necessária em todas as paróquias e comunidades”, diz.
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Essa criatividade é muito útil também neste tempo de pandemia. Em muitas dioceses, a catequese neste tempo tem acontecido através das redes sociais.
“Os catequistas têm enviado para os pais o material, e os pais têm feito este trabalho com os filhos. E algumas comunidades, os encontros acontecem através do Google Meet, Youtube, WhatsApp ou Instagram, mas sempre com a ajuda da família. O mais dinâmico e breve possível, para não se tornar cansativo. Este trabalho é importantíssimo para a perseverança destes catequizandos.”
O padre explica que a orientação é que, enquanto durar a pandemia, a Primeira Comunhão não deve acontecer. Mas ao final do processo de catequese haverá momentos de entrega da Bíblia e do crucifixo aos catequizandos.
Amor e Serviço
A faturista Bárbara Pereira é catequista há 21 anos. Para ela, ser catequista é ter uma alegria que contagia, uma missão gratificante que ela ama cumprir.
“Ser catequista não é fácil, são muitos desafios, mas também muitos frutos maravilhosos! Ser catequista é ver que a semente que plantamos deu frutos. É ser forte, receber a sabedoria de Deus e, como Pedro, lançar as redes.”
Ela conta que neste período de pandemia tem preparado os encontros para sua turma de perseverança de forma virtual.
“Tem dias que rezamos o terço, meditamos passagens bíblicas. É preciso paciência neste tempo, mas tenho buscado ânimo para justamente ter este sorriso de perseverança sempre, para os jovens. Eles respondem na medida do possível.”
Antônio Castro é motorista e catequista na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora em Niterói (RJ). Mais conhecido como Tio Tunico, ele afirma que é catequista 24h por dia.
“Para mim, a catequese não é só o que a gente faz dentro dos encontros, ela é mais do que isso. Toda vez que eu vejo alguém com alguma dúvida, na internet ou em qualquer lugar, eu quero esclarecer a pessoa, e se não souber, estudo. O catequista exerce o seu ministério a todo momento.”
Tunico conta que sua primeira experiência como catequista foi ainda na sua adolescência, logo depois da Crisma. “Com 17 anos, assumi uma turma de catequese. Era adolescente evangelizando adolescente. Hoje, sou casado, minha esposa também é catequista. Ela atua com as crianças, e eu com jovens e adultos.”
O catequista lembra que, nesses anos de missão, muitos frutos foram colhidos. “As pessoas veem sempre o catequista como alguém que ensina, mas, na verdade, o catequista também aprende muito. Aprendo com outros catequistas que trabalham comigo, e aprendo com meus catequizandos. Deus utiliza as nossas características pessoais para o ministério que temos, que, no meu caso, é a catequese.”
Quanto aos desafios, Tunico se emociona ao dizer que a tristeza maior do coração do evangelizador é quando ele vê seu catequizando se afastar de Deus.
“Muitos, com o passar do tempo, deixam a fé, e isso nos entristece. Procuro sempre dizer aos que são colocados sob a minha missão: ‘Mesmo que você se afaste, Deus vai te trazer de volta. Você nunca vai estar tão longe, que Deus não possa te alcançar.’ Como catequistas, nos doamos, amamos, mas também sofremos muitas vezes.”
Padre Jânison lembra que todos os catequistas têm em Jesus o seu modelo, e que devem sempre cumprir sua missão baseados na sua experiência de fé.
“Não podemos esquecer que Jesus catequizou aqueles que Ele encontrava. Jesus chamou aqueles que Ele quis, para que ficassem com Ele, e depois os enviou em missão. Foi ficando com Jesus que eles foram catequizados. Em vários textos bíblicos é mostrada esta catequese que Jesus fazia. Após a vinda do Espírito Santo, houve o catecumenato, para ajudar a aprofundar a fé dos cristãos. Hoje, são os catequistas que têm esta tarefa e missão tão especial. O catequista é servo da ação do Espírito Santo.”