Dia Mundial do Refugiado

Cáritas denuncia "aumento sem precedentes" de refugiados e deslocados

Organização se manifestou diante da proximidade do Dia Mundial do Refugiado – celebrado nesta sexta-feira, 20

Da redação com Agência Ecclesia

Foto: Julie Ricard por Unsplash

A Cáritas Internacional alertou para um “aumento sem precedentes” de refugiados e deslocados em todo o mundo, em particular nos territórios atingidos por conflitos armados.

“Até agora, em 2025, assistimos a um aumento sem precedentes no número de refugiados e pessoas deslocadas, especialmente em países e territórios afetados por conflitos, como o Sudão, a República Democrática do Congo e Gaza”, assinala uma nota da organização católica.

A respeito do Dia Mundial do Refugiado, que é celebrado nesta sexta-feira, 20, a Caritas cita o relatório anual de tendências globais do ACNUR de 2025, o qual registrou 122,1 milhões de pessoas deslocadas à força em todo o mundo até o final de abril, das quais 42,7 milhões são refugiados. “Isto representa um aumento alarmante”, frisa a organização.

Apelo aos governantes

Este ano, em particular, a Cáritas apela às comunidades, governos e organizações internacionais para que trabalhem em conjunto para manter e aumentar o financiamento humanitário, manter as fronteiras abertas para aqueles que procuram asilo e abordar as causas profundas da deslocação forçada.

Em 2025, indica a nota, uma grande preocupação é a “redução significativa da ajuda financeira humanitária global, com cortes importantes vindos dos EUA e de outros doadores”.

“Como resultado, os refugiados têm sido os mais afetados. Por exemplo, os refugiados sudaneses no Chade foram privados do acesso a necessidades básicas, como alimentação, abrigo, educação e cuidados de saúde. Isto também obrigou alguns a tentar a sorte atravessando a Líbia para chegar à Europa, colocando muitas vidas em risco no processo”, adverte.

Regresso voluntário

A confederação internacional sublinha ainda que o princípio do regresso voluntário deve ser baseado “numa decisão livre e informada, sem qualquer coerção”.

“Para aqueles que foram deslocados na Síria, tanto interna como externamente, o regresso a casa coloca muitos desafios, principalmente devido à instabilidade do país. Com os recentes cortes na ajuda, muitos não conseguem reconstruir as suas casas destruídas”, exemplifica a nota.

Fronteiras

A organização católica assume ainda preocupação com “um aumento alarmante nas restrições fronteiriças em várias regiões”.

A situação na fronteira entre os EUA e o México continua a ser um desafio humanitário. “Estas restrições muitas vezes forçam os refugiados a tomar rotas mais perigosas, colocando as suas vidas em risco, e também fortalecem as redes de tráfico de pessoas.”

A Cáritas fala de um cenário “sombrio” dada a “instabilidade global, os múltiplos conflitos e a redução do financiamento e do compromisso político”.

“Ao celebrarmos o Dia Mundial dos Refugiados de 2025, rejeitamos a normalização dos conflitos e das guerras, bem como recordamos que a proteção e a integração dos refugiados são uma responsabilidade partilhada”, indicaram os responsáveis pela instituição.

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