Foi divulgado o apelo do Cardeal Sandri para ajudar a Igreja no oriente
Da Redação, com Boletim da Santa Sé
O cardeal Leonardo Sandri, prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais no Vaticano, divulgou nesta quinta-feira, 24 de março, o apelo da Igreja em prol da coleta tradicional que acontece em todo o mundo anualmente, para ajudar os cristãos que vivem na Terra Santa e a manutenção dos lugares sagrados.
A coleta é realizada em todas as igrejas do mundo na Sexta-feira da Paixão e os valores são destinados para a Terra Santa, 90%, e 10% à Santa Sé, para as Congregações do Oriente.
O cardeal Sandri lembrou que por dois anos consecutivos as comunidades da Terra Santa celebraram a Páscoa e o Natal numa espécie de isolamento, sem o calor amizade solidária dos peregrinos e as comunidades locais que visitam os lugares santos e as comunidades locais. As famílias sofreram outras medidas pela falta de trabalho, devido aos efeitos da epidemia.
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Motivação do Papa
É por expresso desejo do Santo Padre, que se iniciou e se continua a celebrar a coleta “Pro Terra Santa”, que acontece normalmente na Sexta-feira da Paixão. Não é nada antigo ou ultrapassado, porque exprime antes de mais a consciência das nossas raízes, que se difundiu a partir de Jerusalém e chegou a todos nós.
Portanto, o gesto da oferta, mesmo pequena, mas da parte de todos os irmãos, como a oferta da viúva, gesto concreto aos que continuam vivendo na terra de Jesus e fazendo a manutenção dos lugares sagrados. Eles nos mostram um testemunho vivo do Verbo na Terra Santa.
Se Cristo sofreu danos e morreu uma vez só e não pode morrer mais, no seu Corpo que é a Igreja, especialmente no Oriente Médio, mas também em qualquer outro lugar do mundo onde a liberdade de viver a fé é ameaçada e impedida: pela guerra ambiente em muitos casos, por vezes hostil, frequentemente pela globalização da violência, das quais a humanidade das vezes parece que a humanidade não nunca livre, como acontece na Ucrânia.
Manter a fé e a Igreja
Olhando para Cristo que tocou até fundo a nossa realidade humana, deixando-nos inspirar pelos gestos de proximidade realizados pelo Papa Francisco nas suas Viagens Apostólicas nesses lugares e acolhendo o seu convite para sermos solidários com os e as irmãs da Terra Santa, damos novo vigor e nova força à prática da Coleta da Terra Santa: através dos competentes Ofícios Diocesanos e graças à presença e ao trabalho em todo o mundo dos Comissários da Terra Santa da Ordem dos Frades Menores. Em Jerusalém, Belém, Nazaré e em muitos outros santuários e mosteiros cada dia se celebra e se reza pela Igreja em todo o mundo.
O cardeal Sandri disse ainda que aos Sacerdotes, aos Religiosos e aos Fiéis, que se empenham pelo bom resultado da Coleta, por fidelidade a uma obra que a Igreja pede que todos os seus filhos cumpram as modalidades conhecidas, temos a alegria de transmitir o vivo reconhecimento do Santo Padre.
Exemplo do Papa
O Papa Francisco ao longo do ano 2021 viveu duas peregrinações de esperança entre comunidades como cristãos do Oriente e da Terra Santa: esperando contra toda a esperança, enquanto o mundo ainda vivia a pandemia, ele quis enfrentar entre os que mais vivem: os alguns nossos irmãos e irmãs do Iraque, terra de Abraão, terra do exílio, terra que soube conservar o nome de Cristo, mesmo diante da violência da guerra e perseguições.
Também em Chipre e depois na Grécia, terras da pregação apostólica, o Papa se confrontou com o sofrimento da divisão: de uma terra, dos povos, dos próprios crentes em Cristo, que ainda não podem assentar-se à mesma mesa da Eucaristia, dos povos antigos que chegou ao refúgio e acolhimento. Não faltaram outros apelos, gestos e convites para a paz para outras terras que a História da Salvação e os acontecimentos bíblicos nos convidam a compreender como “Terra Santa”.
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Reflexão do Santo Padre
Na homilia do Domingo de Páscoa de 2021 o Santo Padre utilizou palavras muito fortes para falar da Paixão do Senhor: “Isto nos surpreende: ver o Omnipotente reduzido a nada…ver o Deus do universo despojado de tudo. Porque deixastes fazer isto? Fizeste-o por nós, para tocar até o fundo a nossa realidade humana, para atravessar toda a nossa existência, todo o nosso mal, para aproximar-te de nós e não nos deixar sós na dor e na morte…elE experimenta na sua carne as nossas contradições mais laceradas, e assim as redime, as transforma”.
Perante estes irmãos que testemunham o desejo de proximidade, de gestos de trazer ao menos um conhecimento de como devemos ser, nos singulares e gestos de amor e coragem – de nos interrogarmos: Qual é o perímetro do meu olhar? Na Páscoa para a qual nos conduz o caminho quaresmal, deixarei que o Senhor possa visitar as minhas e as nossas solidões? E ao Amor que virá a visitar-me, saberei responder com o amor? O amor não se paga se não com amor!