Missionárias assassinadas permaneceram no Iêmen apesar de ameaças, disse Cardeal Parolin
Da redação, com ACI Digital
O Secretário de Estado do Vaticano, o Cardeal Pietro Parolin, disse que as Missionárias da Caridade assassinadas no Iêmen são “verdadeiramente mártires que decidiram permanecer servindo apesar das ameaças”.
Em declarações ao jornal Avvenire da Conferência Episcopal Italiana, o cardeal se referiu ao assassinato das quatro religiosas que cuidavam de um lar para os idosos e deficientes em Áden, no Iémen, onde foram brutalmente assassinados por um grupo de homens armados que pertencem a Al Qaeda ou o Estado Islâmico.
O Cardeal italiano disse que o ocorrido “é algo dramático”. “Quando me disseram, foi realmente um golpe no coração, um grande impacto, porque não se compreende como pessoas que dedicaram sua vida ao bem do próximo possam ser assassinadas; e assassinadas dessa forma tão bárbara”.
“Verdadeiramente são mártires, porque me contaram que haviam recebido ameaças e ainda assim preferiram permanecer, algo que lhes custou a vida”, indicou.
“Não há outro motivo além do ódio em sua forma mais pura. Verdadeiramente é algo que nos dói muito”, continuou.
O Cardinal Parolin também explicou que Igreja tem buscado contatos e formas de retirar as religiosas da região, apesar de ser, certamente, a única presença católica no local. No entanto, ele ainda não pode falar com o Papa sobre isso. As religiosas que ainda permanecem no Iêmen, provavelmente, estão com a polícia, segundo Dom Parolin.
Mensagem do Papa
Em uma mensagem do Papa enviada através do Cardeal Parolin, foi indicado que Francisco está “comovido e profundamente entristecido” e “assegura suas orações pelos mortos e sua proximidade espiritual às suas famílias e todos aqueles afetados por este ato de violência sem sentido e diabólico”.
No domingo, no Ângelus, o Santo Padre expressou sua proximidade às Missionárias da Caridade e elevou suas orações “por elas e pelas outras pessoas assassinadas no ataque, e por suas famílias”. “Estes são os mártires de hoje. E estes não são página de jornais, não são notícia. Eles dão o seu sangue pela Igreja”, expressou.
“São vítimas do ataque, daqueles que as assassinaram e da indiferença, desta globalização da indiferença, do ‘não importa’”, acrescentou o Santo Padre.