O Cardeal Jean-Louis Tauran, antigo Secretário do Vaticano para as relações com os Estados, toma posse este Sábado, 1º de setembro, do seu cargo de presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso (CPDIR).
Nomeado por Bento XVI no dia 25 de Junho, o Cardeal Tauran, sucede a outro francês, Dom Paul Poupard, que acumulava a presidência do CPDIR com a do Conselho Pontifício para a Cultura.
A fusão das presidências aconteceu no dia 11 de Março de 2006, depois de Bento XVI ter decidido enviar para o Cairo o Arcebispo Michael Fitzgerald, antigo presidente do CPDIR e atual Núncio no Egito e representante da Santa Sé junto da Liga Árabe. Na altura, a decisão fora justificada com a vontade do Papa em "favorecer um diálogo mais intenso entre os homens da cultura e os representantes das várias religiões".
Pouco mais de um ano depois, o CPDIR volta a ter uma presidência autônoma, mas nunca foi extinto ou "desclassificado", como se chegou a escrever. O atual Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso (CPDIR) foi criado em 1988 pelo Papa João Paulo II, com a Constituição Apostólica Pastor Bonus" (arts.159-162).
Neste documento pode ler-se que "o Conselho favorece e regula as relações com os membros e os grupos das religiões que não são compreendidas sob o nome cristão, e também com aqueles que, de algum modo, possuem o sentido religioso".
O Cardeal Jean-Louis Tauran e outros representantes da Santa Sé vêm defendendo o diálogo com o Islão, "genuíno", considerando que "mesmo não havendo atualmente um diálogo teológico, é possível haver um diálogo cultural, de caridade e de paz".
Para este responsável, o Ocidente vê freqüentemente o Islão como um "bloco único", quando na verdade existem vários, entre os quais "aquele que mata", com o qual "não é possível diálogo".