Juventude

Cardeal Baldisseri: pandemia e jovens, exemplos de solidariedade

Inspirado em um livro recentemente publicado sobre a pastoral dos jovens, o cardeal Lorenzo Baldisseri reflete sobre a pastoral dos jovens na pós-pandemia

Da redação, com Vatican News

A Libreria Editrice Vaticana publicou recentemente o livro “O Espírito renova tudo. Uma Pastoral Jovem para os Jovens” da religiosa Nathalie Becquart que dedicou mais de 30 anos ao apostolado dos jovens na França. O cardeal Lorenzo Baldisseri, Secretário Geral do Sínodo dos Bispos, reflete sobre este tema acentuando a importância de envolver os jovens nas instituições eclesiais, renovando a pastoral para as novas gerações. O cardeal concentra a atenção a partir da atualidade marcada pela convivência com o coronavírus, que dificultou a retomada das atividades paroquiais como catequeses e encontros de jovens nas paróquias.

O aqui e agora

“Antes de tudo – diz o cardeal – eu gostaria de agradecer a todos os jovens que trabalharam efetivamente durante a pandemia”. Foi preciso muito pouco para estimulá-los em um momento dramático para a história do mundo inteiro.  “Os jovens – continua o Cardeal Baldisseri – demonstraram que não representam o futuro, mas o presente”. Uma verdade destacada várias vezes durante os trabalhos do Sínodo dos Jovens e na Exortação pós-sinodal “Christus vivit” do Papa Francisco. E o livro da religiosa Becquart também reitera isto mais uma vez, acrescentando exemplos concretos de seu próprio caminho ao lado dos jovens.

Dar espaço

O contexto inédito de hoje nos leva a considerar as iniciativas pastorais de maneira diferente. No entanto, estes ensinamentos são sempre válidos. “Vemos que lentamente o ritmo está normalizando – observa o Secretário Geral do Sínodo – e a projeção futura nos diz que precisamos da contribuição dos jovens se quisermos renovar as coisas”. Antes de mais nada, é necessário entender onde estão os jovens. “No passado, a paróquia tinha o campinho de futebol, a sala de diversões. Mas agora isso não é mais suficiente. Os jovens”, diz ele, “estão nas ruas”. E é para lá que temos que ir para encontrá-los”.

O acompanhamento

A ideia básica é simples. “Como Igreja – explica o Cardeal Baldisseri – devemos ter a coragem de confiar nos jovens, sem pensar que eles são imaturos”. Eles podem cair, certamente. Todos nós somos frágeis. Mas a ideia básica de tudo é o acompanhamento. Companheiro significa “cum pane”, ou seja, aquele que divide o pão e, portanto, se torna familiar. Então, o companheiro não fica atrás ou na frente, ele fica ao lado porque estão juntos”.

Ir às ruas

O que aconselhar aos educadores e sacerdotes que lidam com os jovens? “O que devemos fazer”, continuou ele, “é nos aproximar dos jovens: ouvi-los e conversar com eles, seguindo a sugestão deste livro”. É por isso que devemos ir às ruas, nos estádios, nas academias. Mas – adverte ele – não são os sacerdotes que devem ir a esses lugares. São os jovens formados, mesmo que “formado” seja uma palavra antiga. Deve ir o jovem que assumiu, que sentiu, que se tornou diferente, que quer se expressar e que quer dar”.

O discernimento

O Cardeal Baldisseri nos convida a ampliar nossos horizontes e identifica outra função estratégica da paróquia que poderia captar o interesse dos jovens. “Por volta dos 15 anos – explica ele – começa-se a pensar sobre as escolhas para o futuro. E nem sempre encontram apoio suficiente na família”. Assim, não só o pároco, mas também os jovens leigos podem ajudar. “São eles que devem ser missionários”. Este – conclui – é o centro de tudo: todos os batizados são missionários e discípulos de Cristo, embora com diferentes papéis, carismas e ministérios”.

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