Análise

Postulador destaca afinidade entre Papa Francisco e Madre Teresa

Responsável pelo processo de canonização de Madre Teresa de Calcutá sublinha afinidade entre os dois religiosos na atenção aos mais pobres

Da redação, com Agência Ecclesia

Padre Brian Kolodiejchuk, postulador da causa de canonização de Madre Teresa de Calcutá / Foto: Reprodução Agência Ecclesia

Padre Brian Kolodiejchuk, postulador da causa de canonização de Madre Teresa de Calcutá / Foto: Reprodução Agência Ecclesia

O postulador da causa de canonização de Madre Teresa de Calcutá, padre Brian Kolodiejchuk, disse nesta sexta-feira, 2, no Vaticano que há uma “grande afinidade” entre o Papa Francisco e a religiosa que será proclamada como santa neste domingo, 2, no Vaticano.

O atual responsável geral pelos Padres Missionários da Caridade falava aos jornalistas na sala de imprensa da Santa Sé, antecipando a celebração de canonização de uma das figuras mais conhecidas da Igreja Católica no século XX.

Padre Brian sublinhou que a futura santa e o Papa Francisco estão ligados em particular pela atenção “às periferias”, aos “mais pobres dos pobres” e a quem sofre com a “pobreza interior”.

“Há certamente uma grande afinidade entre o Papa Francisco e a Madre Teresa: as periferias, procurar, ir em busca dos mais pobres dos pobres, ir às periferias, mesmo a experiência de escuridão, estar identificado, partilhar aquilo a que Madre Teresa chamava a maior pobreza do mundo de hoje: não ser amado, querido, cuidado”, referiu, em conferência de imprensa.

Para o responsável pela condução do processo de canonização da religiosa, há uma coincidência na preocupação com as “periferias existenciais” e a necessidade de não ficar “indiferente” à presença dos pobres, respondendo com “compaixão”, “misericórdia”.

Apelos do Papa Francisco

Francisco tem citado por diversas vezes a figura da Madre Teresa, que “no silêncio soube escutar e fez muito”.

Durante sua homilia matinal, no dia 19 de novembro de 2015, na casa de Santa Marta, contrapôs os traficantes de armas aos “trabalhadores da paz”, que dão a sua vida para ajudar uma pessoa que seja, como Teresa de Calcutá.

Já em setembro de 2015, recordando o aniversário da morte da futura santa, Francisco observou que o exemplo de vida desta religiosa mostra que “a misericórdia de Deus é reconhecida” nas obras de cada um.

Livro dedicado à Madre Teresa

O Papa Francisco assinou ainda o prefácio do mais recente livro dedicado à Madre Teresa de Calcutá, com textos inéditos da futura santa, convidando os jovens a aprender com ela a importância de estar nas “periferias”.

“[Caridade] é tornarmo-nos próximos das periferias dos homens e das mulheres que encontramos todos os dias e sentir compaixão pelos últimos no corpo e no espírito”, escreve.livro madre_tereza

No livro, o Papa recorda a importância da oração na vida da religiosa, cujo trabalho foi distinguido com o Prémio Nobel da Paz.

Francisco espera que esta figura ajude a “despertar consciências” para o “drama da pobreza” e leve os católicos a “entrar no coração do Evangelho, onde os pobres são os privilegiados da misericórdia divina”.

No início do prefácio, o Papa lembra que “a Igreja não é uma ONG”, algo que era dito pela própria Madre Teresa.

“As ONG trabalham para projetos e nós trabalhamos para Alguém. A Igreja trabalha para Cristo e para os pobres nos quais Cristo vive, nos estende a mão, invoca ajuda, pede o nosso olhar misericordioso, a nossa ternura”, precisa.

Francisco deixa uma palavra de estímulo aos jovens, que convida a ser “construtores de ponte, para eliminar a lógica das divisões, da recusa, do medo dos outros”, colocando-se “ao serviço dos pobres”.

O livro ‘Amemos quem não é amado’ foi publicado pela Editora Missionária Italiana.

A futura santa, vencedora do prêmio Nobel da Paz (17 de outubro de 1979), faleceu em 1997 e foi beatificada por João Paulo II em 2003.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

↑ topo