A Igreja Católica da Guatemala lançou um apelo para que os guatemaltecos se abstenham de votar nos candidatos que sejam suspeitos de terem ligações ao narcotráfico e ao crime organizado, nas eleições do dia 9 de Setembro.
Numa declaração pública emitida pela Conferência Episcopal da Guatemala, os bispos assinalam que o voto a favor de candidatos suspeitos de ligações ao narcotráfico e ao crime organizado "seria em si mesmo uma ação moralmente incorreta".
Votar nessas pessoas "constituiria, no melhor dos casos, uma grande irresponsabilidade e, no pior, uma clara cumplicidade. Negar-lhes o voto é importante e dar-lhes seria uma enorme carga sobre a consciência do eleitor", acrescenta o texto.
Notícias na imprensa e declarações de dirigentes políticos têm denunciado a intenção de grupos de narcotraficantes e do crime organizado se infiltrarem entre os partidos contendores, com candidatos a um lugar de eleição popular ou como financiadores de campanhas para poderem ter influência nas instituições do Estado. Os bispos também deploraram a "violência e insegurança com que vivem diariamente os guatemaltecos". Segundo números oficiais, desde o passado dia 2 de Maio, já foram mortos 39 candidatos e ativistas.
Os guatemaltecos vão às urnas a 9 de Setembro para elegerem o presidente, o vice-presidente, o parlamento de 158 deputados e 332 presidentes de município.