Os prelados exortam os governos a contribuírem, na Terra Santa, “na criação de uma nova solução política fundada na dignidade humana de todos”
Vatican News
Concluiu-se, nesta quinta-feira, 16, a peregrinação de solidariedade dos bispos da Coordenação da Terra Santa aos cristãos de Gaza, Ramallah e Jerusalém. Os prelados exortam os governos a contribuírem, na Terra Santa, “na criação de uma nova solução política fundada na dignidade humana de todos”.
Em nota divulgada no final da visita, os bispos da Coordenação da Terra Santa sublinham que essa solução deve ser “elaborada pelos povos em diálogo na Terra Santa”.
Para os quinze signatários da declaração, é necessário que outros países façam a sua parte, “solicitando a aplicação do direito internacional, seguindo as orientações da Santa Sé no reconhecimento do Estado da Palestina, considerando as exigências de segurança de Israel e o direito de todos de viver em segurança, recusando o apoio político ou econômico a assentamentos, e se opondo com determinação a atos de violência ou violações dos direitos humanos de qualquer pessoa”.
A Coordenação da Terra Santa lembra que os bispos católicos locais, numa mensagem recente, “denunciaram a incapacidade da Comunidade internacional de contribuir na promoção da justiça e da paz no lugar onde Cristo nasceu” e convida os governos a “fazerem mais no cumprimento de suas responsabilidades, respeitar o direito internacional e proteger a dignidade humana”, observando que “em alguns casos eles foram cúmplices dos males do conflito e da ocupação”.
Testemunhas de que a população da Terra Santa “está vendo desvanecer a esperança de uma solução duradoura” e de que a construção de novos assentamentos e do muro de separação estão destruindo “qualquer perspectiva de dois estados que vivem em paz”, os prelados reconhecem que as condições de vida estão cada vez mais insustentáveis na Terra Santa, sobretudo na Cisjordânia “onde são negados os direitos fundamentais, dentre os quais a liberdade de movimento”. Depois, “em Gaza as decisões políticas de todas as partes envolvidas levaram à criação de uma prisão a céu aberto, violações dos direitos humanos e uma grave crise humanitária”.
“Fomos acolhidos por famílias que hoje têm como prioridade a sobrevivência cotidiana e cujas aspirações são reduzidas ao essencial, como obter eletricidade e água potável”, dizem os bispos que foram “tocados pelo sacrifício de religiosas, leigos e sacerdotes comprometidos ativamente em todos os campos a fim de construir um futuro melhor para todos, oferecendo serviços fundamentais, especialmente educação, trabalho e assistência às pessoas mais vulneráveis”.
Diante dessa realidade, os prelados convidam todos os fiéis “a rezarem por essa missão e ajudá-la”. Pode também ser de ajuda o aumento de peregrinos na Terra Santa e o encontro com as comunidades locais.
Os bispos da Coordenação da Terra Santa esperam que a Comunidade internacional “expresse sua solidariedade aos israelenses e palestinos que não renunciam à luta não violenta pela justiça, paz e direitos humanos”.