Dom Tarcisio Isao Kikuchi

Bispo vê visita de Obama a Hiroshima como "agradável surpresa"

O Bispo de Niigata, Dom Tarcisio Isao Kikuchi, comentou a visita de Barack Obama ao país do Sol Nascente

Da redação, com Rádio Vaticano

“Uma agradável surpresa que pode contribuir para desenvolver o desejo de muitos japoneses de banir as armas nucleares”. Assim o Bispo de Niigata, Dom Tarcisio Isao Kikuchi, comentou a visita de Barack Obama ao país do Sol Nascente. 

O Presidente dos Estados Unidos visitou Hiroshima nesta sexta-feira, 27; um momento histórico visto que é primeira vez que um Chefe da Casa Branca visita a cidade-símbolo da catástrofe nuclear de 6 de agosto de 1945.

obama_hiroshima

Obama faz discurso durante visita a Hiroshima / Foto: Casa Branca

“A verdadeira paz não pode ser alcançada sem um verdadeiro exame de consciência sobre as responsabilidades do passado”. “Qualquer ação por um mundo sem armas nucleares é desejada e bem-vinda, mas não se pode seguir em frente sem uma reflexão madura sobre os ensinamentos que nos deixou a II Guerra Mundial e sobre as medidas a serem adotadas hoje, para preservar a paz”, acrescentou Dom Isao.

O tema do desarmamento nuclear está no coração da Igreja Católica do Japão. Nos anos 1995, 2005 e 2015, por ocasião respectivamente do 50º, 60º e 70º aniversário do bombardeio de Hiroshima e Nagasaki e do fim da II Guerra, os bispos japoneses reiteraram o compromisso não somente em favor da paz, mas também da renúncia à guerra.

Mais recentemente, em um documento de 7 de abril passado, os bispos reafirmaram sua posição ao denunciar a entrada em vigor, em 29 de março de 2016, de duas leis que dão a possibilidade, ao Exército japonês, de apoiar um aliado em dificuldade em um conflito estrangeiro.

Desta forma, é ignorado o Artigo 9 da Constituição que veta ao Japão o uso da força para resolver as controvérsias internacionais.

Reconciliação com oração e não exércitos

“O sofrimento causado pelas armas nucleares ultrapassa qualquer palavra. Façamos de modo a não repetir aqueles erros, mas sim, como cidadãos de nosso tempo e como cristãos, pensemos seriamente àquilo que fomos chamados. Por meio da oração, e não com as forças armadas, sigamos em frente para construir uma paz baseada na confiança recíproca”, sublinharam os bispos.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

↑ topo