Será inaugurada no Vaticano a Biblioteca Romana Joseph Ratzinger-Bento XVI, totalmente dedicada à sua vida e ao seu pensamento como estudioso e como Papa
Da redação, com Rádio Vaticano
No dia 18 de novembro, será inaugurada a Biblioteca Romana Joseph Ratzinger-Bento XVI, totalmente dedicada à sua vida e ao seu pensamento como estudioso e como Papa. Ela está sendo organizada dentro da Biblioteca do Colégio Teutônico e do Instituto Romano da Sociedade de Goerres, no Vaticano.
O anúncio foi feito neste domingo, 30, pelo Reitor do Colégio Teutônico, monsenhor Hans Peter Fischer, durante a inauguração da Sala Papa Bento-Joseph Ratzinger, num espaço adjacente ao Campo Santo Teutônico. A Sala foi abençoada pelo próprio Papa emérito, após ter presidido uma Missa para os membros da Schulerkreis (o Círculo dos Alunos de Ratzinger) e da Nova Schuelerkreis.
Na homilia proferida em alemão, o Papa Emérito afirmou que “verdade, amor, bondade, que provém de Deus, tornam o homem puro. E verdade, amor e bondade se encontram na Palavra, que liberta do esquecimento de um mundo que não pensa mais em Deus”.
“Não vem também do externo o mal que nos agride?”, perguntou-se Bento XVI na homilia. Certamente, é necessário sermos purificados de toda a impureza que está fora. “Poderíamos dizer, responder com uma higiene exterior às tantas doenças e às vezes epidemias que nos ameaçam”.
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É bom ter este tipo de responsabilidade pelo externo para que a morte não prevaleça, observou. No entanto, isto não basta, porque existe também “a epidemia do coração”, aquela interior, que “leva à corrupção e à outras imundícies ainda, aquelas que levam o homem a pensar somente em si e não no bem”.
Assim assume importância decisiva, ao lado do culto, o ethos, ou mesmo “a higiene interior. O que faz o homem puro? Qual é a autêntica força de purificação? Como se alcança a higiene do coração?”, perguntou.
“Em outra passagem do Evangelho, o Senhor diz aos seus: Vós já estais purificados pela palavra que vos tenho anunciado”, continuou Bento XVI. Tornam-se puros, portanto, por causa da Palavra, e explicando que “a Palavra é Jesus Cristo mesmo e nós encontramos a Palavra também naqueles que o refletem, que nos mostram a face de Deus e que refletem a sua mansidão, a sua humildade de coração, a sua simplicidade, a sua amabilidade, a sua sinceridade”, concluiu.
Participaram da cerimônia de inauguração o Arcebispo de Viena, Cardeal Christoph Schönborn, o Presidente do Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos, Cardeal Kurt Koch e o Arcebispo Georg Gaenswein, Prefeito da Casa Pontifícia e Secretário Particular de Bento XVI.
Nos dias passados, os Alunos de Ratzinger estiveram reunidos em Castel Gandolfo para refletir sobre o tema “Como falar hoje de Deus”, com a participação do sacerdote e filósofo tcheco, Tomas Halik.