O Papa Bento XVI pediu nesta quinta-feira, 9, pelo respeito à “liberdade” na Síria. Falando ao novo embaixador sírio junto a Santa Sé, Hussan Edin Aala, o Santo Padre disse que os recentes protestos “manifestam o desejo de um futuro melhor nos domínios da economia, da justiça, da liberdade e da participação na vida pública”.
“Para fazer progredir a paz na região, deve ser encontrada uma solução global, que não se pode deixar lesar pelos interesses de qualquer das partes em causa e tem de ser fruto de um compromisso, não de uma escolha unilateral, imposta pela força”, alertou o Pontífice.
Segundo Bento XVI, são necessárias “verdadeiras reformas na vida econômica, política e social” nos países do Oriente Médio, mas é fundamental que “essas evoluções não se realizem em termos de intolerância, discriminação ou de conflito, muito menos de violência”.
Um grupo de quatro países europeus – Reino Unido, França, Portugal e Alemanha – vai apresentar na ONU uma resolução para "condenar a repressão" do presidente sírio, Bashar al-Assad, contra os opositores, anunciou o primeiro-ministro britânico, David Cameron, referindo que “segundo relatos credíveis já causou milhares de mortos e levou à detenção de cerca de 10 mil pessoas”.
Perante este cenário, Bento XVI diz ser “de uma importância essencial privilegiar o bem comum, deixando de lado os interesses pessoais ou partidários”.
O Papa pede “uma solução negociada, que tenha em conta as aspirações e legítimos interesses dos diversos povos envolvidos”.
Atualmente, centenas de pessoas atravessam a fronteira entre a Síria e a Turquia para fugir aos confrontos.
Bento XVI lembrou o “grande número de refugiados” que a situação no Oriente Médio tem gerado nos últimos anos, assinalando em particular os “numerosos cristãos”.
Neste sentido, o Santo Padre destacou que a Síria foi “tradicionalmente um exemplo de tolerância” e de “relações harmoniosas entre cristãos e muçulmanos”, desejando que esta convivência “continue e se desenvolva para o maior bem de todos”.