Economia

BC eleva Selic para 9,5% e indica que deve manter ritmo de aperto

O Banco Central elevou a taxa básica de juros em 0,5% pela quarta vez seguida nesta quarta-feira, a 9,5% ao ano, num movimento amplamente esperado pelo mercado, e indicou que deve manter o ritmo de aperto monetário para combater a inflação ainda pressionada.

O BC repetiu o comunicado utilizado nas três reuniões anteriores para justificar sua decisão unânime, o que foi interpretado por analistas do mercado como sinal de que a Selic pode subir para 10% na próxima reunião, em novembro.

"O Comitê avalia que essa decisão contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano", disse o Comitê de Política Monetária (Copom) em comunicado nesta quarta-feira.

Pesquisa da Reuters mostrou na semana passada que 65 de 63 analistas previam alta de 0,50 ponto percentual da Selic agora.

"O BC não está dando nenhum indício de que vai parar com o aperto monetário, e eu achava que ele podia sinalizar no comunicado que poderia parar em breve", afirmou o diretor de Gestão de Recursos da corretora Ativa, Arnaldo Curvello.

"Provavelmente, na próxima reunião teremos uma elevação de 0,50 ponto percentual, mas a dúvida de o que vem depois vai ficar no mercado", disse Curvello, acrescentando que a Selic deverá chegar a 10,25%.

A expectativa de que a Selic possa voltar ao patamar de dois dígitos, algo que não ocorre desde janeiro de 2012, e que este ciclo de aperto possa se estender por mais tempo tem crescido entre os agentes econômicos, já que a inflação ainda está flertando com o teto da meta de inflação.

A pesquisa Focus do BC mostrou no início dessa semana que as Top 5, instituições que mais acertam as estimativas, veem a Selic subindo a 10,5% ao ano até fevereiro de 2014, com uma elevação de 0,5 ponto em novembro, na última reunião do Copom neste ano, e outras duas altas de 0,25 ponto em janeiro e em fevereiro.

Mas, pelo menos até aquele momento, a maior parte do mercado acreditava que a Selic subiria até 9,75% e se manteria neste patamar ao longo de 2014.

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