Ajuda à Igreja que Sofre traz relatório sobre cristãos presos em nome da fé; prefácio é de Asia Bibi, símbolo internacional dessa realidade
Da Redação, com AIS Itália
Uma média de mais de 300 cristãos são presos injustamente por mês nos 50 países considerados de maior risco para eles. O dado é de um novo relatório da Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), que volta a analisar o drama da perseguição aos cristãos.
Intitulado “Liberta os seus teus prisioneiros. Um relatório sobre cristãos injustamente presos em nome da fé”, o relatório tem prefácio de Asia Bibi, cristã paquistanesa que se tornou símbolo internacional da prisão injusta causada pela aversão ao cristianismo.
Asia Bibi chegou a ser condenada à morte e ficou presa por 10 anos sob acusação de blasfêmia. Apesar das ameaças à própria vida e à dos familiares, ela decidiu se comprometer a dar voz a quantos ainda não veem luz no horizonte.
O relatório sobre a prisão injusta dos cristãos analisa seja a ação dos governos seja aquela das organizações extremistas. Os cenários descritos compreendem as prisões por motivos de consciência, as detenções arbitrárias, os processos injustos, as condições carcerárias inadequadas, os casos de tortura e a pressão para induzir a abandonar a fé.
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Países com mais incidência
Entre os países de maior ocorrência dessa realidade, estão os casos relatados a seguir. Na Nigéria, o sequestro de cristãos representa o fenômeno mais grave. Todos os anos, mais de 220 fiéis são sequestrados e presos injustamente por grupos de milicianos jihadistas. Os sequestros de pessoas para fins de resgate geralmente acabam em morte de padres protestantes e católicos.
No Paquistão, anualmente se verificam cerca de 1000 casos de conversões forçadas de meninas e jovens mulheres cristãs e hindus. Existe um problema similar no Egito, onde mulheres cristãs jovens são sequestradas e obrigadas a se casar com seus sequestradores não cristãos. Segundo algumas fontes, ao menos duas ou três meninas desaparecem todos os dias em Giza, de modo que o número de casos que chegam à opinião pública resulta significativamente inferior ao número real de sequestros.
Na Coreia do Norte, estima-se que haja cerca de 50 mil cristãos em campos de trabalho, o que é quase 50% do total de presos nestas particulares e dramáticas condições. Na Eritreia, estima-se mais de 1000 fiéis cristãos presos injustamente.
Em Myanmar, o Exército Unido do Estado de Wa foi acusado de ter orquestrado uma campanha de terror contra os cristãos com o pretexto de combater o presumido “extremismo religioso”. Estima-se que, a partir de 2018, o exército tenha interrogado e prendido 100 pastores e recrutado à força estudantes cristãos. No Irã, informações não confirmadas de um aumento de convertidos ao cristianismo foram citadas como a causa das novas medidas restritivas do regime islâmico contra os fiéis.
O relatório é acompanhado por vinte “estudos de caso”. Por trás dessa expressão abstrata, no entanto, há rostos de indivíduos perseguidos, grupos ou comunidades inteiras oprimidas, em particular na Nigéria, no Paquistão, na Eritreia e na China.
O relatório completo está disponível para download, na página da ACN Brasil .