devoção popular

Após restauração, Escada Santa em Roma será reaberta

Fiéis poderão subir novamente (de joelhos) os 28 degraus que, segundo a tradição, Jesus teria subido quando foi julgado por Pilatos

Da redação, com Vatican News

Nesta quinta-feira, 11, às 16h30 será reaberta, em Roma, a Escada Santa. O Cardeal Vigário Angelo Di Donatis, é quem reabrirá e abençoará o local. A programação começará às 15h30 com uma conferência sobre a restauração, às 16h30 a benção e às 17h30 a celebração eucarística. A reabertura acontece depois de 1 ano de restauração dos afrescos de 1589, da escada e do revestimento de madeira.

A partir de amanhã, os fiéis poderão subir novamente (de joelhos) os 28 degraus de mármore, que segundo a tradição Jesus teria subido quando foi julgado por Pilatos no pretório e condenado a morte. Segundo a mesma tradição cristã, Santa Helena, mãe do Imperador Constantino trouxe a escada de Jerusalém a Roma no ano 326.

Padre Francesco Guerra, reitor do Santuário da Escada Santa, reafirmou a importância do santuário para os dias atuais e o forte apelo da devoção popular. “Papa Francisco recordou ao mundo que, a devoção popular tem uma importância muito forte, de modo concreto com o qual, sobretudo as pessoas mais simples, mas também todos os homens, possam experimentar no concreto e não somente em nível de inteligência e raciocínio, o contato com o sacro: a presença de Deus. É por isso que tantas pessoas vão em peregrinação aos santuários, porque tem a possibilidade de percorrer o evento sacro que ali aconteceu”, comentou.

Aos peregrinos que desejam subir a Escada Santa, o sacerdote reforçou: “Em concreto, subindo de joelhos estes 28 degraus da Escada Santa, o peregrino no cansaço de subir, se encontra com a dor que o próprio Jesus enfrentou na sua paixão. Enquanto sobe, rezando, nestes degraus, a pessoa se sente em contato consigo mesma, ou seja, retornam na memória as próprias dores ou os sofrimentos das pessoas que lhe são queridas. Subindo, rezando e recordando a paixão de Jesus, eis que se mistura todo o sentido de quanto fez Cristo por nós: sofreu, morreu e ressuscitou pelo nosso amor”.

“Olhar Jesus que lavou os pês dos seus discípulos, Jesus que reza no Horto das Oliveiras e Jesus que é beijado e traído por Judas. Isto não significa somente olhar para a história de Jesus, mas observar a nossa própria história. Isto valia tanto as pessoas que pintaram os afrescos mais de 500 anos atrás, como os peregrinos dos dias de hoje. Porque o homem é feito de sensação, de memória, de sentimentos, de racionalidade, de espiritualidade e de corpo”, completou.

Para o sacerdote, antes de tudo, subir de joelhos a Escada Santa é um ato de fé. “Recordar que Jesus subiu por nós. É um ato de compaixão, ou seja, de sentir junto, viver junto, junto com Jesus e com os demais peregrinos que sobem. Na tradição da Igreja e na indulgência a esta, o peregrino que sobe é aconselhado que se medite vivamente a paixão de Jesus”, exortou.

Observar as imagens pintadas nas paredes, que também foram restauradas, é um dos conselhos de padre Francesco para os peregrinos que sobem a Escada Santa: “Pode-se subir contemplando as cenas pintadas, mas também levando um Evangelho com a Paixão de Jesus. Oferecemos no santuário em 9 línguas um pequeno livro com a história do Santuário e com um pequeno pedaço do Evangelho para cada degrau. Este é um modo para que o fiel, que sobe em oração, possa ter em mão a oportunidade de meditar o quanto o Evangelho nos recorda do sacrifício amoroso do Senhor”.

A Escada Santa

Fica perto da Basílica de São João de Latrão e abriga a preciosa capela dos Papas chamada Sancta Sanctorum, onde se venera a imagem do Santíssimo Salvador. De acordo com uma antiga tradição cristã, em 326, a Imperatriz Santa Helena transportou a Escadaria do Pretório de Pilatos, subida várias vezes por Jesus no dia da sua sentença de morte, de Jerusalém para Roma.

Por esta razão, chamava-se Scala Pilati ou Scala Sancta. Os primeiros testemunhos escritos desta ilustre memória da Paixão estão numa passagem no Liber Pontificalis do tempo de Sérgio II (844/847) e numa Bula de Pasquale II (1099/1119). A Escada Santa deve o seu nome aos 28 degraus que levam à capela.

É certo que estava localizado no Patriarchium, ou complexo dos Palácios Lateranenses, a antiga sede dos Papas, e que Sisto V a colocou em 1589, em frente à capela papal onde permaneceu então formando o único edifício atual. Pio IX (1846 1878) cuidou da sua restauração e promoveu o culto da grande relíquia com a construção do antigo convento, que em 24 de Fevereiro de 1853 foi confiado aos religiosos passionistas.

Indulgência Plenária

A Penitenciaria Apostólica concede indulgência plenária todos os dias aos fiéis arrependidos que, movidos pelo amor, sobem de joelhos a Escada Santa meditando a Paixão de Jesus e recitando o Credo, um Pai Nosso, uma Ave Maria, e um Glória ao Pai e uma oração segundo a intenção do Papa, confessando e tendo recebido a Comunhão Eucarística.

As pessoas fisicamente impedidas de subir recebem a mesma indulgência plenária meditando a Paixão de Jesus diante da Escada Santa, recitando o Credo e cinco Pai Nosso, cinco Ave-Maria, cinco Glória ao Pai e uma oração segundo a intenção do Papa, confessando e tendo recebido a Comunhão Eucarística.

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