Em apelo, Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados pede maior abertura dos países aos que fogem das guerras
Da redação Vatican News
O apelo do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados é dirigido aos países: mais solidariedade e abertura aos que fogem das guerras. Segundo o ACNUR em 2020 foram reassentadas 22.770 pessoas, o ponto mais baixo em duas décadas, enquanto a necessidade atual é estimada em 1,44 milhões em todo o mundo. A diminuição, explica a agência da ONU, está relacionada com a pandemia da Covid-19, mas também com “as baixas cotas propostas pelos países”.
A drástica escolha dos Estados Unidos
“Todos sabemos”, explica ao Vatican News Chiara Cardoletti, representante do ACNUR para a Itália, a Santa Sé e San Marino, “que os Estados Unidos, que chegou a ser o primeiro país em reassentamentos, reduziu pela metade o acesso ao reassentamento, e também houve muitos outros países que reduziram suas cotas”.
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A tudo isso se soma a impossibilidade de realizar saídas e movimentos durante o período Covid, o que tornou ainda mais difícil e dramática a situação no que diz respeito ao reassentamento de mais de um milhão de refugiados que, no momento, necessitam tão urgentemente serem acolhidos por razões de segurança e médicas, e o reassentamento é a única chance real de sobrevivência dessas pessoas.
Solidariedade para com os países pobres que recebem refugiados
Para o ACNUR é encorajador o fato de cerca de 20 países terem retomado os programas, implementando formas inovadoras e flexíveis de lidar com os casos durante a pandemia. A esperança, naturalmente, é que em 2021 a situação mude e que haja mais possibilidades para os refugiados. Cardoletti continua: “É necessário considerar que mais de 85% dos mais de 20 milhões de refugiados no mundo (sob o mandato do ACNUR) vivem em países em desenvolvimento, o que significa que o reassentamento é um ato de solidariedade também para com os países que têm hospedado tantos refugiados durante anos, décadas, e por isso é importante que outros países se apresentem para contribuir para esta situação mundial”.
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O apelo para ajudar os mais vulneráveis
Em 2020, houve o reassentamento principalmente de pessoas da Síria, República Democrática do Congo e Mianmar. Enquanto as guerras e conflitos continuarem, é claro que sempre haverá pessoas vulneráveis e necessitadas de ajuda. “Os êxodos forçados”, adverte a ONU, “continuarão e os países com menos recursos se encontram cada vez mais com o fardo desproporcional de hospedar a maioria dos refugiados do mundo, precisamos dividir o peso destes países com outros que se manifestem”. Por fim, a responsável pela Agência da ONU concluiu: “com a esperança de que, em 2021, apesar da pandemia, um grande número de países retomem seus programas e sejam capazes de trazer soluções reais para as pessoas que estão atualmente esperando por eles”.