A fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) iniciou nesta terça-feira, 17, uma novena de oração devido à situação dramática que se vive na República Centro-Africana. A novena é realizada em conjunto com católicos desse país.
“Esta novena é uma homenagem aos sacerdotes, religiosos/as e a tantos leigos que acolheram, sobretudo nas paróquias, centenas de milhares de pessoas durante estes dias em Bangui para protegê-los, alimentá-los, ajudá-los, partilhar as suas dores e rezar com eles, semeando paz e esperança”, explica, em comunicado, o secretariado da AIS em Portugal, que se associa à iniciativa internacional.
Na introdução a esta novena, o bispo de Bangassou, na República Centro-Africana, Dom Juan Aguirre, escreve que “um povo não pode viver se alimentar durante toda a sua vida o ódio no seu coração”.
Desde setembro, calcula-se que cerca de 400 mil pessoas tenham abandonado as suas casas em consequência da violência no país. Segundo a AIS, os cristãos tornaram-se um dos alvos principais do conflito, falando em relatos de uma violência impressionante, com pessoas mutiladas, torturadas, mortas a sangue-frio.
No último mês de outubro, em uma audição no Conselho para os Direitos Humanos da ONU, em Genebra, o arcebispo de Bangui, Dom Dieudonné Nzapalainga, advertia que “a República Centro-Africana é um barril de pólvora“, pedindo, por isso, a intervenção urgente da comunidade internacional.
A AIS informa ainda que a novena de oração, que se estende até ao dia de Natal, pretende contribuir para superar o ódio e restabelecer a paz neste país africano.