Na África, dados da pandemia são mais difíceis de contabilizar; pandemia agravou a crise econômica de vários países africanos
Elane Gomes
Canção Nova Notícias Edição da Manhã
O continente africano tem sofrido com o aumento da pandemia. Estima-se que, nas últimas 24 horas, houve 164.383 mortes por conta da covid-19. Os novos casos são 32.398 nesse mesmo período. Esses números podem ser maiores, porque, na África, os dados são bem mais difíceis de contabilizar. Em Moçambique, escolas e igrejas estão fechadas.
A pandemia agravou também a crise econômica de vários países africanos. A diretora do departamento internacional de imprensa da Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), Maria Lozano, falou à equipe do Canção Nova Notícias – Edição da Manhã. Ela explicou que a crise está provocando uma grande fome em muitos países. Mais de 40% da população africana em todo o continente vive abaixo da linha da pobreza, o que se agravou ainda mais com a pandemia.
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“A situação na África se compara, no momento, a uma bomba-relógio, que pode explodir a qualquer momento”, afirma. E ela diz isso ressaltando o impacto econômico da pandemia: para a África, a “variante” da pobreza vai custar muitas vidas.
Os países africanos aguardam a chegada da vacina. A imunização atingiu apenas uma pequena parte da população. “Há países em que 40, 80% da população já se vacinou. E na África, se calcula que há casos de países que não chegou a vacinar 10%”.
Ajuda da Igreja
Em Moçambique, um dos países mais pobres do mundo, a terceira onda da covid tem se alastrado. Nesse cenário, o trabalho de instituições religiosas é fundamental. A irmã Hadassa é brasileira e membro da Fraternidade O Caminho, que realiza um trabalho na diocese de Tete. Ela conta que a situação lá é grave, com muitas pessoas doentes.
“As medidas para eles são muito complicadas. Se for para lavar as mãos, nem sempre eles têm o sabão para lavar as mãos. O uso de máscara é solicitado principalmente no comércio, nos transportes, mas nem sempre isso é feito”, testemunha.
Além da pandemia, o continente africano sofre com lutas internas, terrorismos, outras doenças e a pobreza. E a missão da Igreja é também o apoio material através de instituições, como por exemplo a Ajuda a Igreja que Sofre.
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“Hoje, eu diria que estamos contando, somente em 2021, com quase 100 projetos para apoiar muitos países, como Quênia, Malawi e Serra Leoa, todos países da África, para dar-lhes o básico. E grandes projetos para regiões com mais crise, como Moçambique”, informa Maria Lozano.
Para ajudar no trabalho da Fraternidade O Caminho, na África, é possível fazer uma doação pelo pix: nsdaafrica@ocaminho.org .