As organizações religiosas, como todas as instituições da sociedade civil, podem dar uma contribuição decisiva para o apoio ao acesso universal à educação, chave do desenvolvimento. É o que disse o Observador Permanente da Santa Sé no escritório da ONU em Genebra, na Suíça, Arcebispo Silvano Maria Tomasi, em pronunciamento na sessão de alto nível do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (Ecosoc), realizada nesta quarta-feira, 6.
Em seu pronunciamento, Dom Tomasi evidenciou que se, de um lado, a oferta de serviços educacionais de qualidade para todos permanece sendo uma "responsabilidade imprescindível" do Estado, de outro, é também uma "tarefa fundamental dos pais, das Igrejas e das comunidades locais". Da mesma forma, disse que um sistema educacional funciona corretamente somente quando permite a todas essas instituições participar tanto da planificação quanto da aplicação de políticas educacionais.
Nesse sentido, o Observador recordou o papel fundamental desempenhado ao longo dos séculos pela Igreja no campo educacional, particularmente em favor das faixas sociais mais pobres. Dom Tomasi evidenciou como, apesar do seu caráter confessional, as escolas católicas hoje se distinguem por sua "abordagem aberta e completa" à educação, finalizada à formação integral da pessoa na dimensão individual e social.
Daí, em conclusão, o apelo do representante vaticano a se promover uma mais estreita colaboração entre Estado e sociedade civil em suas várias expressões, inclusive mediante uma mais equilibrada distribuição dos recursos financeiros para se alcançar o objetivo comum de assegurar a todos o acesso a uma educação de qualidade.