O Pontífice enviou uma mensagem aos participantes do encontro internacional “Paz sem fronteiras”. Evento, promovido pela Comunidade de Santo Egídio, reúne centenas de pessoas em Madri.
Da Redação, com Vatican News
O Papa Francisco enviou, neste domingo, 15, uma mensagem aos participantes do Encontro internacional “Paz sem fronteiras”, reunidos em Madri até o dia 17. O Encontro, promovido pela Comunidade de Santo Egídio, em colaboração com a Arquidiocese de Madri, na Espanha, representa uma das maiores manifestações de paz em todo o mundo.
Segundo Francisco, a peregrinação de paz a Madri é o testemunho da força daquele espírito de Assis que é oração a Deus e promoção da paz entre os povos: “É sempre necessário rezar e dialogar na perspectiva da paz, os frutos virão!”. Há trinta anos caia o muro de Berlim, terminava uma “lacerante divisão do continente que tinha causado tanto sofrimento”. Foi a oração pela paz que favoreceu a queda do muro, explica Francisco, e que a paz deve ser continuamente incrementada de geração em geração através do diálogo, do encontro e da negociação”.
Separações que destroem o mundo
Hoje, continua o Papa, “é insensato, na perspectiva do bem dos povos e do mundo, fechar os espaços, separar os povos, opor-se uns aos outros, negar a hospitalidade aos necessitados e às suas famílias”, porque assim “o mundo fica despedaçado, usando a mesma violência com a qual se arruína o ambiente e se danifica a casa comum, que pede, ao invés, amor, cuidado, respeito, assim como a humanidade invoca paz e fraternidade”.
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De acordo com o Papa, a casa comum precisa de portas abertas para se comunicar e se encontrar, e não suporta muros que separam ou que contrastam aqueles que ali vivem. Essa casa comum – escreve o Papa – precisa de portas abertas que ajudem a “cooperar para viver juntos em paz, respeitando as diversidades e estreitando laços de responsabilidade”. A paz, destaca Francisco, “não tem fronteiras”. Sempre, sem exceções”.
O Documento sobre a Fraternidade Humana, um passo importante para a paz
No encontro de Madri, a oração – explica o Papa – ocupa o lugar principal e decisivo. “A oração pela paz, neste tempo marcado por demasiados conflitos e violências, une-nos ainda mais, para além das diferenças, no nosso comum compromisso por um mundo mais fraterno”. E precisamente porque “a fraternidade entre os crentes, além de ser uma barreira às inimizades e às guerras, é um fermento de fraternidade entre os povos”.
Francisco cita o documento sobre a “Fraternidade humana para a paz mundial e a convivência comum”, assinado em fevereiro passado em Abu Dhabi por ele e o Grande Imã de Al-Azhar. Um texto que será o fio condutor do encontro de Madri, pois sublinha que “as religiões nunca incitam à guerra e não solicitam sentimentos de ódio, de hostilidade, de extremismo, nem convidam à violência ou ao derramamento de sangue”.
O Papa conclui pedindo a todos que se unam e se aproximem “para gritar que a paz não tem fronteiras, não tem fronteiras”. É dos corações que “devemos erradicar as fronteiras que dividem e se opõem”. E é nos corações que devem ser semeados os sentimentos de paz e de fraternidade”.