A nossa Igreja é Igreja de mártires, diz Papa Francisco

O Papa Francisco recordou na Missa desta terça-feira, 21, as pessoas que são perseguidas e assassinadas por serem cristãos

Da redação, com Rádio Vaticano

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“A Palavra de Deus sempre desagrada alguns corações”, diz Papa Francisco / Fonte: L’Osservatore Romano

Na Missa desta terça-feira, 21, na Casa Santa Marta, falando da lapidação de Santo Estêvão, o Papa Francisco recordou os que são perseguidos e assassinados por serem cristãos. “A nossa Igreja é Igreja de mártires”.

A primeira leitura, extraída dos Atos dos Apóstolos, mostra o julgamento no Sinédrio contra Estêvão e o seu apedrejamento. Desta cena dramática, se desenvolveu a homilia do Santo Padre, que recordou os perseguidos de hoje. “Os mártires não precisam de outros pães, o único pão é Jesus” destacou, acrescentando que Estevão não precisava negociar e assumir compromissos.

A Palavra de Deus incomoda os corações duros

Francisco diz que o testemunho de Estêvão era tão forte que os seus delatores não conseguiam resistir à sabedoria e ao espírito com o qual ele falava. Assim como Jesus, também Estêvão teve que enfrentar testemunhas falsas e a rebelião do povo que o julgava.

Estêvão recorda que foram mortos por terem sido fiéis à palavra de Deus e quando “confessa a sua visão de Jesus”, então os seus perseguidores se escandalizam, tapam os ouvidos para não ouvi-lo e o arrastam para fora da cidade para apedrejá-lo.

“A Palavra de Deus sempre desagrada alguns corações. A Palavra de Deus incomoda quando você tem o coração duro, o coração pagão, porque a Palavra de Deus o interpela a ir avante, buscando e matando a fome com aquele pão do qual falava Jesus. Na história da Revelação, muitos mártires foram mortos pela fidelidade à Palavra de Deus, à Verdade de Deus”.

Quantos “Estevãos” no mundo

O Papa prosseguiu observando que o martírio de Estevão é parecido com o de Jesus: morre “com aquela magnanimidade cristã do perdão, da oração pelos inimigos. Quem perseguia os profetas, assim como a Estevão pensavam em dar glória a Deus, acreditavam que com isso eram fiéis à Sua Doutrina”.

O Pontífice recordou que a verdadeira história da Igreja, é a história dos santos e dos mártires perseguidos e mortos por aqueles que pensavam em glorificar Deus, por aqueles que acreditavam possuir a verdade

“Nesses dias, quantos Estêvãos existem no mundo. Pensemos nos nossos irmãos degolados na praia da Líbia; pensemos naquele jovem queimado vivo por seus companheiros porque era cristão; pensemos naqueles migrantes que em alto-mar foram jogados por outros, porque eram cristãos; pensemos naqueles etíopes assassinados porque eram cristãos. E tantos que nós nem sabemos, que sofrem nas prisões porque são cristãos”.

Igreja de mártires

Francisco afirma que hoje a Igreja é Igreja de mártires, que sofrem, dão a vida e recebem a bênção de Deus por seu testemunho.

“Existem também os mártires escondidos, aqueles homens e mulheres fiéis à voz do Espírito, que buscam novas estradas para ajudar os irmãos e amar melhor Deus e são acusados, caluniados, perseguidos por tantos Sinédrios modernos que se creem donos da verdade”.

O Santo Padre acrescenta dizendo que há tantos mártires escondidos que, por serem fiéis em sua família, sofrem pela fidelidade.

“A nossa Igreja é Igreja de mártires. E agora, na nossa celebração, virá a nós o primeiro mártir, o primeiro que deu testemunho e mais: a salvação a todos nós. Unamo-nos a Jesus na Eucaristia, e unamo-nos a tantos irmãos e irmãs que sofrem o martírio da perseguição, da calúnia e da morte para ser fiéis ao único pão que sacia, isto é, a Jesus”.

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