CARIDADE

A diversidade é riqueza, nunca se deve tornar exclusão, afirma o Papa

O Sucessor de Pedro recebeu em audiência no Vaticano uma delegação da Associação “Fé e Luz”, por ocasião do jubileu dos 50 anos do Movimento

Da redação, com Vatican News

O Papa Francisco recebeu em audiência, na manhã deste sábado, 2, na Sala Clementina, uma delegação da Associação “Fé e Luz”, por ocasião do jubileu dos 50 anos do Movimento, uma oportunidade, disse o Papa no seu discurso, de olhar para o futuro, para a missão que o Espírito Santo ainda vos confia e para os frutos que a Igreja ainda espera da vocação e missão que recebeu do Senhor.

Desde a peregrinação a Lourdes na Páscoa de 1971 para a qual foram convidadas pessoas com deficiência mental, as suas famílias e muitos amigos, passaram 50 anos, prosseguiu Francisco, e a partir daquele momento, teve início a experiência de “Fé e Luz”, ou seja, o nascimento das comunidades, nas quais se celebra a alegria, a reconciliação e a comunhão recíproca:

“Assim, a luz e a força do Senhor ressuscitado deram esperança a muitas pessoas que se sentiam excluídas e rejeitadas, às vezes mesmo na Igreja”.

E desde então, ressaltou ainda Francisco, o Espírito Santo tem acompanhado o caminho do Movimento e surgiram muitas comunidades “Fé e Luz” em muitos dos cinco Continentes, levando uma mensagem de amor e acolhimento:

Esta mensagem é o coração do Evangelho! E nos recorda que cada pessoa, mesmo e sobretudo a mais pequena e frágil, é amada por Deus e tem um lugar na Igreja e no mundo, enfatizou o Papa:

“É o “evangelho da pequenez”, como nos recorda São Paulo quando na Carta aos Coríntios escreve: “… Deus escolheu o que é fraco para o mundo, para confundir os fortes; o que é desprezado pelo mundo, o que é nada para o mundo, para reduzir a nada as coisas que existem, para que ninguém se glorie diante de Deus”.

A presença de “Fé e Luz” foi e é uma profecia, enfatizou ainda Francisco, pois muitas vezes as pessoas mais frágeis são descartadas, consideradas inúteis:

“A vossa profecia hoje é ainda mais importante, para combater a cultura do descarte e recordar a todos que a diversidade é uma riqueza e que nunca se deve tornar motivo de exclusão e de discriminação”.

E são precisamente as pessoas mais frágeis que se tornam fonte de reconciliação, porque nos chamam a todos para um caminho de conversão, frisou Francisco.

E a propósito dos muitos que ainda hoje, na Igreja e no mundo, na pequenez e na fragilidade são esquecidos e excluídos, Francisco sublinhou:

“Encorajo-vos a levar para frente, com a força do Espírito Santo, a vossa presença acolhedora; que as vossas comunidades sejam sempre lugares de encontro, promoção humana e de festa para todos os que ainda se sentem marginalizados e abandonados … E um sinal de esperança para que ninguém se feche em si mesmo, na tristeza e no desespero.

E ainda um convite do Papa Francisco a adoptar o estilo evangélico do fermente dentro das comunidades cristãs, sem se isolar nem fechar-se mas participando na vida da Igreja nas Paróquias e nos Bairros, levando a esperança e testemunhando a opção de Deus pelos últimos, os pequeninos, os excluídos, e sendo sempre instrumentos de reconciliação e paz, sobretudo onde existem conflitos e divisões.

No emblema ou logotipo do Movimento, tem um barco no mar agitado, observou Francisco a terminar, nesta pandemia estamos todos no mesmo barco, e acrescentou:

“Confirmo-vos no vosso empenho: ser, nas tempestades que as pessoas e as famílias vivem, um pequeno barco onde todos possam encontrar lugar, na certeza de que neste mesmo barco está o Senhor Jesus”.

Que o sol da fé e da esperança, que nasce das nuvens dos nossos medos e das nossas inseguranças, vos acompanha sempre no caminho que ainda vos espera, concluiu Francisco concedendo a todos a sua bênção e pedindo, por favor para que não nos esqueçamos de rezar por ele.

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