Ao Papa e Cúria Romana

2ª pregação da Quaresma: Cantalamessa fala sobre a natureza da Igreja

Baseando-se nos escritos de Santo Agostinho, o pregador da Casa Pontíficia, Frei Raniero Cantalamessa, reflete sobre a natureza da Igreja

Da redação, com Rádio Vaticano

2ª pregação da Quaresma: Cantalamessa fala sobre a natureza da IgrejaO pregador oficial da Casa Pontífica, frei Raniero Cantalamessa, fez a segunda pregação da Quaresma ao Papa Francisco e aos seus colaboradores da Cúria Romana. O momento de reflexão ocorreu na Capela “Redemptoris Mater”, no Vaticano, na manhã desta sexta-feira, 21.

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O frade baseou toda a sua reflexão sobre a figura de Santo Agostinho, Bispo de Hipona, para explicar a natureza da Igreja, composta de pessoas, reunidas na caridade, que é o próprio Espírito Santo. É ele que a une e a anima.

Segundo Santo Agostinho, quando nos referimos à Igreja é preciso fazer uma distinção: a Igreja, presente ou terrena, é formada de bons e maus, santos e pecadores; a Igreja, futura ou celeste, é formada de todos e de santos. E Cantalamessa explicou:

“A plena pertença à Igreja exige duas coisas: a comunhão visível dos sinais sacramentais e a comunhão invisível da graça. A teologia agostiniana pode nos ajudar a superar os acontecimentos seculares, como as discórdias e as divisões… hoje, devemos passar da comunhão espiritual da caridade rumo à plena comunhão, mediante os Sacramentos e, sobretudo, a Eucaristia”.

Frei Cantalamessa exorta a não dar maior importância à comunhão institucional, mas àquela espiritual. E se pergunta: “Como católicos, podemos nos sentir em comunhão com aqueles batizados, que não se importam com Cristo e com sua Igreja e dela falam mal? Ou devemos estar mais em comunhão com aquela multidão que, mesmo pertencendo a outras confissões religiosas, acreditam nas verdades fundamentais, amam a Jesus, difundem o Evangelho e demonstram os sinais interiores do Espírito Santo?”

Cantalamessa esclarece:

“Os passos mais concretos para a unidade não são aqueles que se fazem em torno a uma mesa ou em declarações conjuntas, embora sejam muito úteis e indispensáveis; são aqueles, quando os fiéis de diversas confissões, fazem ao proclamar juntos, de comum e fraterno acordo, a pessoa de Jesus Cristo, compartilhando dos próprios carismas, reconhecendo-se como irmãos, na plena lealdade e obediência às diretrizes da Igreja”.

O pregador da Casa Pontifícia concluiu sua longa meditação de sexta-feira de quaresma, questionando sobre qual o ensinamento que se pode colher sobre a natureza da Igreja.

“É aquele que Santo Agostinho utiliza quando fala, em seus tantos discursos sobre a própria Igreja: ‘Se vocês quiserem realmente viver no Espírito Santo, mantenham a caridade, amem a verdade e atingirão a eternidade!’”, destacou.

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