Arquidiocese de Porto Alegre lança, neste sábado, 4, minidocumentário sobre visita de São João Paulo II à cidade em 1980
Da redação, com Regional Sul 3 da CNBB
Neste sábado, 4, a Arquidiocese de Porto Alegre lança um minidocumentário em celebração à chegada de São João Paulo II a Porto Alegre, um dos destinos de sua viagem apostólica ao Brasil. Primeiro Papa a pisar em solo brasileiro e gaúcho, São João Paulo II foi recebido no Aeroporto Salgado Filho por autoridades políticas e eclesiásticas, que o acompanharam até a Praça da Matriz, onde, em um palanque em frente à Catedral Metropolitana, fez seu primeiro pronunciamento para um público de, aproximadamente, 50 mil pessoas.
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O vídeo, com imagens de arquivo CEDOC RBS TV e fotografias do Arquivo da Arquidiocese, será lançado, às 17h35 (hora que o Papa aterrissou em solo gaúcho), no site e redes sociais da Arquidiocese, acompanhado de fotos, informações e depoimentos. O objetivo é relembrar – através de imagens inéditas – esse importante momento, quando Porto Alegre recebeu, pela primeira e única vez, a visita de um Papa.
Conhecido e admirado por seu carisma e humildade, o vídeo destaca o homem do povo que, apesar da visita ter durado apenas 22h, deixou sua marca na passagem pela capital gaúcha. O frio não foi problema nem para o povo nem para o Papa, que pronunciou a célebre frase: “Diziam-me ontem que o clima, aqui em Porto Alegre, é muito frio. Eu sinto o contrário, um grande calor”. E o famoso questionamento proferido pelo Pontífice: “O Papa é gaúcho?”. A alegria e o entusiasmo acompanharam as 22 horas que o santo homem esteve entre os gaúchos.
Antes de recolher-se ao seu aposento na Cúria Metropolitana, o mais simples de toda sua estadia no Brasil, o Papa participou de dois encontros fechados, um com autoridades políticas, onde recebeu o título de cidadão porto-alegrense, das mãos do prefeito e do presidente da Câmara de vereadores. E outro, um encontro ecumênico, reunindo dirigentes de igrejas cristãs e representantes da comunidade judaica. Mesmo cansado, após dias de longas viagens que atravessaram o país, após o jantar, ainda sobrou tempo para fazer orações na capela da Cúria e preparar-se para o dia seguinte, o mais esperado pelo povo gaúcho.
Às 9h da manhã, no dia 5 de julho de 1980, o Papa chegou para a missa campal, onde cerca de 300 mil pessoas o receberam e testemunharam uma linda celebração, cheia de emoção e alegria. No final daquela manhã, o povo acompanhou a passagem do Papa da rótula da José de Alencar até o Gigantinho. Do papa móvel, São João Paulo II acenou incansável para todos os milhares de fiéis e espectadores que aguardavam sua passagem pelas ruas.
Ao chegar no Gigantinho, foi recebido com uma saudação especial e a presença de 200 cavaleiros e sete grupos de danças tradicionalistas. Os gaúchos nunca se esquecerão do momento em que o Sumo Pontífice, com seu carisma e humildade, aceitou o chimarrão e o chapéu oferecido por Paixão Côrtes e Pedro Borghetti. O encontro no Gigantinho, com 10 mil religiosos, foi, segundo as próprias palavras do Papa, um dos mais importantes de sua visita ao Brasil, pois teve como objetivo despertar vocações e falar diretamente para seus formadores.
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Ainda ao final do encontro, 18 mulheres argentinas conseguiram encontrar-se por alguns minutos com o Papa. Elas vieram pedir ajuda para o movimento “Las Madres de la Plaza de Mayo”, grupo que perdeu seus filhos para a ditadura militar que assolou o país vizinho. Às 15h, São João Paulo II partiu da Cúria para o aeroporto, desta vez num trajeto feito de ônibus, junto com sua comitiva. No aeroporto, centenas de pessoas o aguardavam para despedir-se.
O carisma do Papa se refletiu em pequenos gestos durante toda sua estada em Porto Alegre, o que fez o Pontífice sair do protocolo em diversos momentos, e mostrou por que ele foi um homem do povo.