Símbolo do início do catolicismo no país esteve presente no Santuário do Pai das Misericórdias, em Cachoeira Paulista (SP), nesta Quarta-feira Santa, 16
Julia Beck
Da redação

Cruz durante a Santa Missa no Santuário do Pai das Misericórdias /Foto: Larissa Ferreira
A Cruz presente na primeira Missa celebrada no Brasil visitou a Canção Nova nesta Quarta-feira Santa, 16. O símbolo do início do catolicismo no país esteve presente no Santuário do Pai das Misericórdias, em Cachoeira Paulista (SP), durante a Oração do Rosário, conduzida pelo Carmelita Mensageiro do Espírito Santo, Frei Gilson, e a Santa Missa das 7h, presidida pelo reitor do Santuário do Cristo Redentor (RJ), padre Omar Raposo.
A peregrinação da cruz é uma parceria entre o Movimento Brasil com Fé e o Santuário do Cristo Redentor. Durante a chegada do objeto sacro no Santuário do Pai das Misericórdias, Frei Gilson recordou que a primeira missa no país aconteceu no dia 26 de abril de 1500, na Praia de Coroa Vermelha, Aldeia do Descobrimento, município de Santa Cruz Cabrália, na Bahia. “O maior ato de amor de Deus é a cruz, e a missa é a atualização deste mistério”, frisou.
Durante o Rosário, padre Omar (que está conduzindo esta peregrinação e foi o responsável por trazer o objeto sacro do Museu da Sé, em Portugal – onde ela é preservada), definiu a visita da cruz à sede da Canção Nova como um momento especial, um momento marcado pela esperança, no Ano da Esperança, no Jubileu da Esperança.
“Essa cruz é um marco muito importante. O fortalecimento, hoje, da nossa fé, da nossa memória, das nossas tradições, da força do povo católico no Brasil”, afirmou. O sacerdote frisou que a presença do objeto sacro era imprescindível nesse movimento tão importante em torno do Santo Rosário, da Adoração e da Eucaristia, conduzido por Frei Gilson.

Padre Omar segurando a Cruz da primeira Missa no Brasil/ Foto: Larissa Ferreira
Santa Missa
Após o Rosário, na Santa Missa, padre Omar enfatizou a Semana Maior que a Igreja está vivendo, um período preparatório para a Páscoa. “Narrativa bíblica que potencializa a nossa fé e o sentido de nossa estada aqui no mundo”, refletiu.

Padre Omar Raposo /Foto: Larissa Ferreira
O sacerdote ressaltou a importância de experimentar a esperança ao fazer memória deste símbolo do início da história do catolicismo no Brasil. “Desde aquele dia nunca mais a Eucaristia deixou de ser celebrada. O ‘Batismo’ do Brasil começou ali”, afirmou. Um cenário, observado por padre Omar, completamente diferente do atual.
“A fé foi consolidada, estabelecida e hoje temos a missão de, a partir do resgate e da memória deste símbolo (tão bem guardado em Portugal), redescobrir os valores plantados e semeados”, refletiu.
Através da simbologia da cruz, o presbítero exortou os fiéis a buscarem sempre um novo sentido. O símbolo, destacou, é uma forma de “voltar às origens”, frase muito disseminada pelo fundador da Canção Nova, Monsenhor Jonas Abib (falecido em 12 de dezembro de 2022).
Cronograma
O reitor do Santuário do Cristo Redentor comentou que o cronograma da peregrinação “já estava pronto por Deus”:
“1500 era um Ano Santo e na Semana Santa a cruz está aqui. Sexta-feira Santa ela estará no Rio Grande do Sul, o estado que mais sofreu no ano passado. Sábado, a cruz estará com os indígenas e depois, durante a Vigília Pascal, no Cristo Redentor. Na Segunda-feira, Aniversário de Brasília, estará em Brasília. Deus já tinha pensado em tudo”, indicou.
O sacerdote concluiu que nesta terceira passagem da cruz pelo país, o Santuário do Pai das Misericórdias ganhou seu espaço. Vinte cidades irão receber o símbolo que faz parte da celebração que foi um marco fundacional da história nacional.