O Secretário de Estado do Vaticano reitera o imperativo moral da total eliminação das armas nucleares e reafirma a condenação da Santa Sé do uso ou ameaça de tais armamentos
Da redação, com Vatican News
“A única maneira de evitar uma guerra nuclear é a eliminação total das armas nucleares.” O Cardeal Pietro Parolin reafirmou fortemente este ponto em uma declaração que ele abordou nesta quinta-feira, 26, em uma Reunião de Alto Nível da ONU em Nova Iorque, oportunidade em que foi recordado o Dia Internacional para a Eliminação Total das Armas Nucleares’.
Guerras e corrida armamentista aumentam perigosamente o risco de conflito nuclear
O cardeal disse que essa tendência “ressalta uma dependência preocupante dos Estados com armas nucleares na dissuasão nuclear, em vez de cumprir sua obrigação sob o Artigo VI do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP)”.
O Secretário de Estado do Vaticano centrou seu discurso no estado atual dos assuntos globais e na implacável corrida armamentista que está aumentando dramaticamente o risco de conflito nuclear.
Parolin, novamente, criticou que os Estados que fortalecem seus arsenais nucleares com recursos que, como o Papa Francisco enfatizou várias vezes, “poderiam ser usados de forma mais eficaz para atender às necessidades urgentes de desenvolvimento”.
A dissuasão nuclear não funciona
Ecoando os apelos incansáveis do Papa Francisco sobre esta questão crucial, o Cardeal Parolin insistiu na necessidade de “ir além da dissuasão nuclear”, reiterando assim o apelo da Santa Sé a todos os Estados para aderirem ao Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares (TPNW).
Os Estados, ele acrescentou, também devem renovar seu compromisso com outras medidas de desarmamento, como a revitalização dos processos bilaterais de controle de armas, a entrada em vigor do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT) e a abertura de negociações sobre materiais físseis e tratados de garantia de segurança negativa.
Santa Sé comprometida em construir pontes contra as armas nucleares
Concluindo, o Cardeal Parolin reafirmou que o objetivo de um mundo livre de armas nucleares só pode ser alcançado por meio de discussões baseadas na confiança mútua. Por sua vez, seguiu o prelado, a Santa Sé continuará a construir pontes de diálogo com todos os Estados, “com o objetivo de salvaguardar o bem comum em vez dos interesses individuais”.