Futuro cardeal concedeu entrevista à mídia vaticana sobre a escalada de violência contra cristãos na Terra Santa
Da Redação, com Vatican News
O Patriarca de Jerusalém dos Latinos, Pierbattista Pizzaballa, futuro cardeal, concedeu uma entrevista à mídia vaticana sobre o aumento da violência contra os cristãos na Terra Santa, especialmente em território israelense. Recentemente, alguns casos ocorreram no país asiático, sobretudo em Jerusalém e em Haifa.
Pizzaballa reconheceu que os ataques aumentaram nos últimos tempos, citando confrontos, cuspidas, acusações e insultos. Segundo o religioso, isso não é novidade, mas o crescimento do número de casos “tornou-se motivo de preocupação e agora é uma questão de grande atualidade que preocupa tanto a comunidade cristã quanto as autoridades israelenses”.
O contexto que leva a esse aumento de ações violentas tem vários aspectos. O Patriarca listou, entre eles, um clima geral de violência no país e uma educação em alguns ambientes judaicos que levam a isso. Contudo, ele também frisou que “a grande maioria da população judaica israelense, mesmo a religiosa, não tem nada a ver com isso”, e lembrou que muitos rabinos escreveram e falaram publicamente contra estes fenômenos.
Reação dos cristãos
Tudo isso acaba por refletir na comunidade cristã em Jerusalém. “Há também uma comunidade cristã que se sente objeto de ataques indiscriminados baseados na violência religiosa, no ódio religioso, no desprezo religioso, se preferir, o que, por sua vez, cria, mesmo dentro da comunidade cristã, tensão, descontentamento e, às vezes, frequentemente, também raiva”, alertou Pizzaballa.
O futuro cardeal também citou que, em Haifa, há um fenômeno diferente relacionado a uma pessoa específica, um rabino, que “está um pouco fora de controle”, e isso também tem ocasionado problemas. Ele classifica o fenômeno como “sectário”. E diante disso, ele relatou que alguns cristãos acusam alguns líderes religiosos de não fazerem nada contra o que está acontecendo.
Responsabilidade das autoridades
Diante disso, Pizzaballa indicou que cabe às autoridades do país assegurar que todas as realidades do território sejam garantidas, independentemente de sua pertença religiosa, cultural ou étnica. “Não queremos proteção, queremos garantias, queremos direitos: queremos viver como cidadãos livres em um estado democrático”, declarou.
O religioso concluiu a entrevista afirmando que, apesar da realidade enfrentada, “sempre há motivos para ter esperança”. Para ele, a consciência do problema vivido pela sociedade israelense dará frutos com o tempo.