À espera do Natal

Tempo do Advento é momento de esperança, lembra padre

A chegada do Advento remete os fiéis ao nascimento do Menino Jesus, um momento de renovação da fé, especialmente em tempos de pandemia

Thiago Coutinho
Da redação

Neste domingo, 28, tem início o tempo litúrgico do Advento / Foto: congerdesign por Pixabay

A partir deste domingo, 28, a Igreja dá início ao tempo litúrgico do Advento. Um momento de celebração marcante para os fiéis católicos que se preparam para celebrar o Natal, nascimento do Menino Jesus, Salvador da humanidade.

“O tempo do Advento tem esta característica, de acompanhar a Virgem Maria que está grávida e prestes a dar à luz. O menino que ela gera é a esperança encarnada”, explica o padre Daniel Rocha, responsável pela Comissão para a Ação Missionária da CNBB.

“Toda criança traz esperança de vida nova, de renascimento. Neste momento da história que vivemos, a esperança está fragilizada. Mas, agora, talvez seja uma grande e oportuna chance de recuperamos aquilo que é próprio do Advento: a esperança”, pondera o religioso.

Prepare-se

Estes dias de Advento, são um momento de renovação, recorda o sacerdote. Para ele, inclusive, um exercício especial neste tempo é acompanhar a Virgem Maria.

“Imagino cada um dos dias anteriores ao Natal como o dia de uma mulher grávida prestes a dar à luz. Ela está cansada, ansiosa, preocupada, mas cheia de alegria. Neste tempo, eu me proponho a fazer companhia a Nossa Senhora. Espiritualmente falando, quero ser companhia da Virgem Maria”, diz.

Festejar colocando Deus no centro

O Natal também é uma época de festas, que remete à ceia e reuniões familiares tão tradicionais desta época do ano. “Não existe um cristão que não celebre”, afirma padre Rocha. “Celebra a vida, as vitórias, as bênçãos, as graças a que Deus nos concede e também os momentos de crise pelos quais passamos”, acrescenta.

É importante, porém, que o lado espiritual também seja elevado e valorizado. “A festa mais gostosa e mais legítima do ser humano é sentar-se à mesa com algo para comer e beber, e criar comunhão em torno à mesa. Seria bonito que pudéssemos convidar à mesa os mais pobres, que não têm o que comer. Que não seja uma solidariedade de vitrine, de verniz, mas que possamos partilhar e alimentar o outro”, pondera.

Saudade, mas à luz da esperança

Neste contexto ainda de pandemia, embora o Advento seja um tempo de esperança e alegria, a espera dos festejos do Natal pode vir marcada de tristeza e saudade para muitas famílias que tiveram perdas. Este sentimento, porém, pode tomar outros contornos.

Padre Rocha cita o arcebispo estadunidense Fulton John Sheen quando questionado acerca deste tema. “Num de seus livros, este arcebispo é taxativo: Jesus nasceu para morrer. De fato, na manjedoura de Belém, está à sombra da Cruz. Toda a experiência natalina tende à experiência pascal. E esta experiência remete ao sofrimento, morte e ressurreição”, observa.

Por isso, segundo o presbítero, esta é uma oportunidade perfeita para professarmos a fé, acreditar com veemência na ressurreição. “Jesus veio para que todos aqueles que acreditassem não fossem condenados, mas vivessem a vida eterna. O Natal se torna também uma experiência pascal. Sei que o Senhor veio e voltou para rumar às moradas na casa do Pai. Portanto, há o vazio humano, mas esta saudade é iluminada pela fé na ressurreição”, diz.

“Pode haver a lágrima da saudade, o sorriso sem graça, pois existem algumas ausências. Mas há também uma certeza de fé do reencontro. E aquele que vive em Cristo, morreu em Cristo, reinará em Cristo eternamente”, finaliza.

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