Na homilia da Missa, o Presidente da Conferência Episcopal da Lituânia falou da responsabilidade dos fiéis: “somos chamados a permanecer firmes em nosso compromisso de caminhar juntos”
Da redação, com Vatican News
“A Igreja está aberta a todos, mas a paz de Deus é dada nos critérios Dele, não nos dos homens”. A mensagem é clara no relato do Evangelho de Lucas (cf. Lc 10,1-9), cuja festa a Igreja celebra nesta quarta-feira, 18. A Missa foi celebrada pelo Arcebispo de Vilnius e Presidente da Conferência Episcopal da Lituânia, Dom Gintaras Grušas, na Basílica Vaticana.
A passagem da liturgia fala de Jesus que envia 72 discípulos às aldeias, convidando-os a dizer em cada casa em que entrarem: “Paz a esta família”. “Uma paz que não é a paz que o mundo dá, mas o shalom, a paz que vem de uma vida interior com Deus”, refletiu Dom Gintaras.
“Shalom”, a paz do coração de Deus
Sobre essa paz, o bispo declarou em uma das missas que abrem cada nova seção do Sínodo, que “cada pessoa batizada, tendo recebido a graça salvadora de Deus, deve ser um canal ativo”.
Dom Gintaras disse que a paz de Deus, assim como a sua misericórdia, “é oferecida a todos, mas Jesus sabe que nem todos estão dispostos a recebê-la”. Para isso, explicou ele, “é preciso primeiro pedir a misericórdia de Deus. A paz interior (shalom) é o sinal do recebimento e do acolhimento da misericórdia de Deus”.
Mulheres e homens de fé
Além disso, a experiência dos 72 discípulos demonstra a responsabilidade que os fiéis têm na missão da Igreja. Em primeiro plano, enfatiza o prelado lituano, está “a igualdade de todos os batizados”.
“Todos são chamados a isso, não apenas os ministros ordenados”, disse o bispo e, portanto, é importante que “todos os batizados sintam esse chamado, essa vocação e respondam a ela, comprometendo suas vidas, suas palavras e suas ações com a missão de Jesus”.
Em destaque, o presidente da Conferência dos Bispos da Lituânia lembra as figuras femininas que pontuam o Evangelho de Lucas como protagonistas de sua proclamação. “Não só Maria”, lembra ele, “mas também a samaritana junto ao poço que anunciou o Messias, Maria Madalena, a primeira a anunciar a mensagem da Ressurreição, bem como as várias mulheres que, nos Atos dos Apóstolos, ajudam no crescimento da Igreja primitiva”.
A sinodalidade não é um fim em si mesma
A vida de São Lucas, disse Dom Grušas no início, mostra “uma mentalidade sinodal”, “fidelidade e força de espírito” e “nós também somos chamados a permanecer fiéis em nosso compromisso de caminhar juntos na vida da Igreja e nas dificuldades da caminhada, mesmo quando não está claro para onde Deus está nos conduzindo a curto prazo”, disse o bispo aos participantes do Sínodo.
E assim, concluiu , “à medida que continuamos a falar sobre quais processos, estruturas e instituições são necessários em uma Igreja sinodal missionária, devemos garantir que eles realmente ajudem a missão de levar a Boa Nova àqueles que precisam de salvação. A sinodalidade (incluindo suas estruturas e reuniões) deve estar a serviço da missão de evangelização da Igreja e não se tornar um fim em si mesma”.