INÍCIO DAS ATIVIDADES

Em coletiva, Santa Sé repercute abertura da segunda sessão do Sínodo

Organização dos grupos de trabalho, papel das mulheres na Igreja, paz e oração estiveram entre os temas abordados durante entrevista nesta quinta-feira, 3

Da Redação, com Vatican News

Coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira, 3, abordou metodologia de trabalho do Sínodo / Foto: Vatican Media/IPA/Sipa USA via Reuters Connect

A Santa Sé realizou uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 3, sobre a abertura dos trabalhos da segunda sessão do Sínodo sobre a Sinodalidade. Entre os temas abordados estiveram a paz, o perdão, o papel das mulheres e a metodologia dos grupos de trabalho durante as atividades da assembleia.

Participaram da coletiva os secretários especiais da Assembleia, o jesuíta Giacomo Costa e monsenhor Riccardo Battocchio; os presidentes delegados do Sínodo, a religiosa mexicana da Congregação das Irmãs de São José, irmã Maria de los Dolores Palencia Gómez, e o bispo de Brownsville, Texas, Dom Daniel Ernest Flores; e o prefeito do Dicastério para a Comunicação e presidente da Comissão para a Informação da Assembleia, Paolo Ruffini.

No início da coletiva foi anunciado que 356 das 365 pessoas estavam presentes na Sala Paulo VI, e os relatores de cada grupo foram eleitos. O primeiro dos cinco módulos de trabalho, dedicado ao primeiro capítulo do Instrumentum laboris, o de “Fundações”, teve início.

Em seguida, Ruffini lembrou como “a espiritualidade e a oração” ocupam um espaço muito importante e como “a situação mundial está bem presente nas mentes e nos corações de todos os membros e participantes do Sínodo”, sobretudo porque entre eles há muitos participantes que vêm de países em guerra ou em situação de sofrimento. Além disso, deu ênfase aos dez grupos de trabalho criados pelo Pontífice: coordenados pela Secretaria Geral do Sínodo, eles operam “dentro” do processo sinodal e seu trabalho “não é alheio ao caminho sinodal”.

Metodologia de trabalho

O padre Costa exortou a ver estes grupos como “laboratórios de vida sinodal” que, portanto, devem ser apoiados por todos os fiéis, através de contribuições que podem chegar até junho de 2025. “Não se trata, portanto, de comissões ‘fechadas’”, observou, “mas de grupos abertos, ocasiões em que aprendemos a trabalhar juntos como Igreja participativa”.

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O sacerdote explicou ainda a diferença de metodologia entre a primeira e a segunda sessão do Sínodo. Em 2023, pontuou, o objetivo era ouvir as perspectivas em sua diversidade, enquanto neste ano a Assembleia tem como função oferecer ao Santo Padre, como Igreja inteira, diretrizes como fruto do caminho feito nesse meio tempo, de modo a criar uma harmonia. O método atual, acrescentou, em vez de abrir perguntas, ajuda a identificar certos pontos a serem analisados de acordo com uma conversa espiritual aprofundada, deixando sempre um espaço aberto, para evitar de acabar “enjaulado”.

Perdão e papel da mulher na Igreja

Na sequência, monsenhor Battocchio abordou a importância do perdão, que emergiu sobretudo durante a Vigília Penitencial presidida pelo Papa nesta terça-feira, 1º. A celebração, partilhou o religioso, indicou “um estilo, uma consciência do que significa ser Igreja”, porque “o irmão pecador não é um estranho, mas alguém cujo fardo eu devo carregar para implementar o caminho de conversão no qual todos nós estamos envolvidos”. “Somos Igreja na medida em que somos alcançados pela misericórdia de Deus”, acrescentou.

A irmã Palencia Gómez, por sua vez, falou de “grande liberdade e entusiasmo”, explicando como a Assembleia permite que seus participantes caminhem juntos “levando em conta a realidade deste mundo, que é extrema, mas que deve ser observada com o olhar de Deus, Nosso Pai”. Somente dessa forma, de fato, “podemos crescer em uma experiência concreta de sinodalidade e missão”, apontou.

Questionada sobre o papel das mulheres na Igreja, a religiosa destacou os frutos já presentes em diferentes contextos e continentes. De sua experiência na América Latina, em particular, ela pôde inferir que foram dados passos adiante nesse sentido, tanto que “o papel das mulheres, seus dons, suas contribuições são cada vez mais reconhecidos em uma Igreja sinodal”.

Paz e harmonia

Em seguida, Dom Flores salientou como muitas coisas amadureceram na vida da Igreja desde a primeira sessão sinodal em 2023. Ele também se debruçou sobre a importância do silêncio – tema analisado na meditação realizada em 1º de outubro por Madre Maria Ignazia Angelini – não como algo vazio, mas algo pleno do qual emerge a Palavra. “É uma parte fundamental do estilo sinodal, porque nos permite a compreensão espiritual do mundo que se manifesta a nós”, explicou.

O trabalho do Sínodo, prosseguiu, é “tentar encontrar uma voz coerente que seja uma expressão da voz da Igreja, de sua vida hoje, de sua experiência. Há um ‘nós’ que é fundamental no trabalho do Sínodo e que vale muito mais do que o ‘eu’ individual”, concluiu o prelado, ressaltando que “o Sínodo está procurando por esse ‘nós’, ao qual todos nós pertencemos”.

Por fim, em relação às duas iniciativas pela paz convocadas pelo Papa para os dias 6 e 7 de outubro – a recitação do Terço na Basílica de Santa Maria Maior e o dia de jejum e oração – os relatores da coletiva de imprensa lembraram que todos os participantes do Sínodo foram convidados para o evento de domingo e que na segunda-feira a continuação normal dos trabalhos será vivenciada em um contexto de oração e sobriedade.

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