Arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da CNBB comentou indicação para ser criado cardeal; coletiva também apresentou relatório das mesas linguísticas
Da Redação, com Vatican News
Três futuros cardeais participaram da coletiva de imprensa da XVI Assembleia Geral Ordinário do Sínodo dos Bispos nesta terça-feira, 8. Entre os presentes esteve o arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Dom Jaime Spengler, indicado pelo Papa Francisco para o próximo consistório.
Em sua fala, o arcebispo contou que estava em seu quarto lendo um livro do Cardeal Martini quando começou a receber mensagens de felicitações. Ele que não esperava a nomeação, expressando sua surpresa, mas manifestou sua disposição para servir da melhor maneira possível.
O presidente da CNBB partilhou que, ao ingressar na Ordem Franciscana, assumiu algo que tem norteado sua vida: “nunca dizer não ao que a Igreja me pede”. Ele disse que, em alguns momentos, isso foi muito difícil, chegando a fazê-lo chorar, mas com o passar do tempo, a promessa mostrou-se saudável.
Dom Jaime ainda agradeceu ao Papa Francisco pela confiança depositada nele e declarou que espera poder colaborar com o povo de Deus e com a Igreja neste momento complicado da história que a humanidade atravessa e que exige respostas adequadas.
Comissão para elaboração do documento final
Na coletiva, o prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini, informou que foram arrecadados 32 mil euros, doados pelos participantes do Sínodo sobre a Sinodalidade, em favor da paróquia de Gaza. Além disso, outros 30 mil euros foram doados pela Esmolaria Apostólica, totalizando 62 mil euros que já estão à disposição da paróquia.
Confira
.: Cobertura do Sínodo sobre a Sinodalidade
Também foi comunicado que sete dos 14 membros da comissão para a elaboração do documento final da assembleia foram eleitos, um para cada região em que o processo sinodal foi dividido. São eles: o Cardeal Ambongo, pela África; Dom Mackinlay, pela Oceania; o Cardeal Rueda, pela América Latina e o Caribe; Catherine Clifford, pela América do Norte; o Cardeal Aveline, pela Europa; o padre Clarence Sandanaraj Davessan, pela Ásia; e Dom Mounir Khairallah, pelas Igrejas Orientais.
A estes se somam os membros natos, os Cardeais Hollerich e Grech e os padres Riccardo Battochio e Giacomo Costa, além de três nomeados pelo Papa: o padre Giuseppe Bonfrate, o Cardeal Filipe Neri António Sebastião do Rosário Ferrão e a irmã Leticia Salazar.
Relatório de atividades da assembleia
Na sequência, foi apresentado o relatório das mesas linguísticas, que destacou o que foi discutido nos círculos menores. Foram abordados temas como a Iniciação à Vida Cristã, a necessária conversão sinodal, a conversão nas relações entre carismas e ministérios, a necessidade de evitar o narcisismo clerical, o papel importante da vida religiosa e a instituição do ministério da escuta. Além disso, foi ressaltada a importância da missão e dos contextos culturais.
Entre as intervenções livres, como relatou a presidente e secretária da Comissão para a Informação, Sheila Pires, destacou-se a relevância da conversão relacional e da cura das feridas dos escândalos na Igreja, começando pelo abuso, sublinhando a importância da confiança para o fortalecimento do caminho sinodal. Foi também salientada a teologia do Povo de Deus, a caridade, o amor pelos pobres e o valor da Eucaristia.
Além disso, foi abordada a Iniciação Cristã em um mundo secularizado e o papel da profecia, algo que envolve toda a comunidade. Mais uma vez, a assembleia foi desafiada a discutir o papel das mulheres na Igreja e um maior compromisso no acompanhamento dos recém-batizados. Por fim, foi enfatizada a necessidade de uma linguagem compreensível para todos nos documentos da Igreja e do próprio Sínodo.