Segundo o cardeal brasileiro João Braz de Aviz, jovens manifestaram durante o Sínodo desejo de maior convívio e proximidade com o clero
Da redação, com Vatican News
“Conviver, é o que os jovens estão pedindo para nós, e nós precisamos aprender”. A frase é do prefeito da Congregação dos Institutos para a Vida Consagrada e as Sociedades da Vida Apostólica, cardeal brasileiro João Braz de Aviz, que está entre os 267 padres sinodais reunidos no Vaticano, desde o dia 3 de outubro, para a XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que tem como tema: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.
O Sínodo para a juventude, que será encerrado na próxima semana, está em sua terceira parte, de acordo com o purpurado. Nela, o clero, dividido em grupos de trabalho por língua, pensam as ações que serão desencadeadas após o encerramento da Assembleia Geral. Os grupos de língua portuguesa contam com um total de 18 padres sinodais.
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“A gente sente uma capacidade muito grande de escuta, é o que o Papa pediu desde o começo, saber aprender a escutar e não ficar só no que o outro diz, mas ir mais a fundo, entendê-lo, respeitá-lo”, contou Dom João de Aviz.
O cardeal apontou como peça importante, o reconhecimento do clero, de que muitas vezes não compreende os jovens. “Nós nos colocamos como uma possibilidade no futuro e não no presente, e agora, o desejo imenso que está aparecendo é de nós sairmos da onde estamos e irmos em direção a eles [jovens]. Nós, bispos, cardeais, e todos que estão dentro da Igreja, não podemos nos acomodarmos onde nós estamos”, comentou.
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“Os jovens querem essa presença porque querem essa referência, querem um valor de referência”, destacou o purpurado. De acordo com o purpurado, a reta final do Sínodo é de escolha da direção que a Igreja quer tomar sobre o tema e, neste sentido, o cardeal apontou que o desejo é de caminhar com os jovens.
Caminhar com os jovens, para Dom João de Aviz, é aprender sobre o ambiente digital que os rodeia, seus pensamentos e inseguranças e iniciar uma conversão interior. “Toda a reforma começa no coração de uma pessoa”, afirmou. O cardeal reafirmou a necessidade de uma Igreja em saída. “Todo jovem tem o desejo da felicidade e temos que proporcionar a eles uma verdadeira experiência dos nossos valores cristãos”, comentou o purpurado, que alertou: “Família, saúde, vida, segurança, trabalho e futuro são realidades da vida do jovem que estão sendo destruídos”.
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Para que a aproximação entre Igreja e juventude seja ainda maior, o cardeal apontou a paciência como um grande virtude. “Os tempos de Deus não são os nossos. As mudanças estão acontecendo e o Sínodo é sinal disso”, afirmou. “A realidade dos jovens está muito presente na Igreja, muito viva, seja porque nós queremos encontrar essa linguagem e essa experiência de vida em comum, mas também porque queremos preparar o futuro que está nas mãos deles”, frisou o purpurado.
Dom João de Aviz também destacou a participação neste Sínodo, de padres sinodais e jovens da Ásia e da África. “Não é só uma presença, mas uma participação em coisas muito concretas”, concluiu.