Padre Andrey Nicioli afirma: “O verdadeiro sentido desta festa está no Presépio”; pais contam como incluem os filhos na preparação para o Natal
Julia Beck
Da redação
Árvore, estrela, velas e presépio. Estes símbolos já podem ser vistos nas casas, ambientes de trabalho, estabelecimentos comerciais ou instituições públicas em preparação à celebração do Natal no próximo dia 25 de dezembro. Sinais que auxiliam os católicos durante o tempo do Advento, os objetos são capazes de reunir famílias inteiras em torno do verdadeiro significado do Natal: o nascimento do Menino Jesus.
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“O verdadeiro sentido desta festa está no Presépio, numa simplicidade que incomoda o mundo de hoje. E assim é Deus: simples!”. É o que afirma padre Andrey Nicioli, vigário paroquial da Paróquia São José Operário de Pouso Alegre (MG). O Natal é, por excelência, a festa da família, pois é a festa da alegria, da esperança, do encanto, da renovação, explicou o sacerdote.
Segundo padre Andrey, na simplicidade, Deus quebra todas as barreiras e diferenças entre homens e mulheres. “[Ele] não se importa com nossos pecados, mas faz questão de fazer parte da nossa história. Quando as famílias vão vivenciando e se preparando para o Natal, elas também vão quebrando barreiras e diferenças que existem, para que a harmonia ali aconteça”. Para o sacerdote, a preparação para o Natal é uma oportunidade para as famílias também fortalecerem o sentido de pertença e união.
“Veja como é comum, nas famílias, muitos de seus membros não se falarem por causa de herança, brigas, divisões, divergências. O Natal nos leva a superar tudo isso. É mistério de fé. É desapegar-se daquilo que passa para abraçar aquilo que não passa”, acrescentou padre Andrey.
Além de sinônimo de unidade, o Natal é, para as famílias, também uma oportunidade de catequese. O sacerdote destaca que os símbolos podem ser importantes recursos para que as crianças compreendam o verdadeiro sentido desta festa.
Veja infográfico com explicação sobre cada símbolo do Natal
Padre Andrey afirma que além da catequese a partir dos símbolos natalinos, é importante que as famílias participem das missas dominicais do tempo do Advento e também da missa de Natal. O sacerdote incentiva também o ensinamento da caridade.
“Os pais precisam ensinar seus filhos que o valor não está no presente, mas no gesto de se lembrar do outro. As famílias podiam se motivar para fazer uma visita a um doente ou casa de repouso; montarem uma cesta e doar a uma família carente. É uma forma de recuperar os valores que estão se perdendo. A fé sempre nos leva em direção a Deus e ao próximo. Assim, a família vai aprendendo que olhar para o outro não deve acontecer apenas uma vez no ano, mas todos os dias”, completou.
Preparação em família
Paula Souza Rocha conta que, neste ano, a preparação de Natal em família foi diferente: “Pela primeira vez estamos fazendo tradições como a árvore do advento, coroa do advento e muitas atividades de recorte e pintura com as crianças de símbolos natalinos ou presépio”, revelou. Acostumada a fazer a novena de Natal com o marido Eduardo, amigos e familiares, Paula afirma que sentiu a necessidade de também vivenciar algumas tradições ao lado das filhas Lara, de 4 anos, e Maria Cecília, de 2 anos.
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“Já fazemos a catequese com elas ao longo do ano e agora em especial no Natal estamos vivenciando atividades lindas com a história do nascimento de Jesus, poesias, músicas e livros”, destacou. Para Paula, cada ano o “Natal comercial” começa mais cedo e as pessoas focam somente nos presentes e nas compras. “Aqui em casa (…) fazemos toda uma preparação para que elas (mesmo muito pequenas) já comecem a entender o real significado do Natal e a importância de se preparar com alegria para o nascimento de Jesus”.
Iliani Maria Vieira e o marido, Luiz Carlos Santos Vieira, iniciaram os preparativos para o Natal há um mês. “Vimos quais símbolos estavam faltando, conferimos nosso presépio e a coroa do Advento, e pesquisamos tipos de atividades que poderíamos realizar, escritas ou manuais”, comentou Iliani.
Com filhos de idades diferentes — Jonathan Silva Vieira, 17 anos; Mariana Silva Vieira, 15 anos; Miguel Luiz Silva Vieira, 8 anos; Catarina Maria Silva Vieira, 5 anos; e João Victor Maria Silva Vieira, 3 anos —, a família tem como principal tradição a montagem do presépio.
“O presépio já virou uma tradição em nosso lar (…). Para nossa família, montar o presépio é saber que precisamos nos preparar pra Jesus que está para nascer. É a espera que se renova mais um ano. Aproveitamos para contar histórias bíblicas, assistir filmes sobre o nascimento de Jesus. E depois do presépio pronto ascendemos uma vela e rezamos todos os dias pedindo ao Menino Jesus que antes de nascer na manjedoura nasça em nossos corações para que possamos ser bons. Também aproveitamos para fazer pinturas do presépio”, revelou Iliani.
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Além do presépio, a família de Iliani e Luiz Carlos realiza atividades diárias desde o dia 1º de dezembro: doam roupas e brinquedos, confeccionam cartões para os amigos, visitam decorações natalinas pela cidade, entre outras. Sobre os símbolos e as práticas, Iliane opina: “Para quem é católico, faz toda diferença”.
Há alguns anos, Meiriane Faria percebeu que as crianças deveriam entrar mais no sentido do Natal. “Fui buscando formações, catequeses e livros que ajudassem a fazer com que não só nós adultos entrássemos no clima do Natal, mas nossos filhos também”. Segundo Meiriane, ela e a família decoram a casa, organizam o presépio, a árvore de Natal e os símbolos que são tradicionais da época como a coroa do Advento.
O sentido do Advento, assim como o do Natal, é também explicado aos filhos, de acordo com Meiriane. Sobre a adesão dos filhos, Meiriane conta: “As crianças amam, anseiam e aspiram por esse momento de montar a árvore, o presépio. Vemos o quanto é importante para eles”.
A família também aproveita o período para praticar o desapego e dar brinquedos e roupas que estão em bom estado, mas que não usam mais. “O grande sentido de viver isso com os filhos é a certeza de que tudo que oferecemos para as crianças na primeira infância, será carregado pelo resto da vida. Como católica, não posso permitir que meus filhos vejam o Natal de outra forma que não seja essa”, concluiu.