“Assistir, quase indiferente, a outro naufrágio no Mediterrâneo, (…) significa ter fracassado no âmbito da globalização dos valores da identidade da Europa”, afirma Irmã Neusa de Fátima
Da redação, com Vatican News
“A vergonha humanitária dos novos migrantes mortos no Mediterrâneo coloca os Estados nacionais diante de sua própria responsabilidade de responder ao clamor deles por ajuda. Não podemos dar as costas pensando que a única emergência de hoje é a pandemia da Covid-19. A crise social e econômica, as violências, continuam ocorrendo diariamente em todos os cantos do planeta.”
É o que afirma a superiora geral das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo-Scalabrinianas, Irmã Neusa de Fátima Mariano. O posicionamento está presente em uma nota enviada à Fides – agência missionária da Congregação para a Evangelização dos Povos.
No texto, a religiosa comenta as palavras do Papa Francisco durante o Regina Caeli deste domingo, 25.
Papa Francisco: acolher, proteger, promover, integrar
“Assistir, quase indiferente, a outro naufrágio no Mediterrâneo, num mundo que deveria ser mais solidário porque está empenhado na mesma batalha da pandemia, significa ter fracassado no âmbito da globalização dos valores da identidade da Europa, um continente onde muitos sempre encontraram espaço para se realizar como pessoas.”
Segundo Irmã Neusa, a estratégia para uma política que possa evitar outras hecatombes, o Papa Francisco lançou há anos e é muito clara: “acolher, proteger, promover, integrar”.
Não deixemos nenhum apelo afundar
“Juntamo-nos à voz premente do Papa: fortalecer os corredores humanitários, valorizar as redes de cooperação internacional, insistir para fortalecer os acordos com aqueles que, por vocação e carisma, apoiam aberta e livremente as políticas migratórias.”
E um pensamento vai para Nadia De Munari, a missionária leiga brutalmente assassinada a golpes de facão no Peru.
“Oferecemos nossas orações para que este clima de ódio que se soma às tragédias do Mediterrâneo possa ser interrompido. Não deixemos nenhum apelo afundar com os últimos 130 mortos”, concluiu
(Fides)