Esta data litúrgica faz parte do estatuto que rege o Santuário do Pai das Misericórdias na sede da Comunidade Canção Nova. Festa litúrgica iniciada por São Francisco de Assis concede indulgência plenária os fiéis
Da Redação, com Agências
Será celebrado, neste domingo, 2, a tradicional Festa litúrgica do “Perdão de Assis”. A partir da noite desta quarta-feira, 29, tem início, em Assis, o Tríduo de preparação para o perdão com a celebração presidida pelo Bispo de Tortona, Dom Vittorio Viola. A festa do Perdão de Assis está intimamente ligada à Porciúncula, a pequena igrejinha reconstruída por São Francisco, e que hoje está no interior da Basílica de Santa Maria dos Anjos, em Assis, cidade italiana da região da Úmbria.
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Um perdão que continua a “gerar Paraíso”: foi assim que o Papa Francisco, durante sua visita a Assis, há quatro anos, falou da graça que o frade de Assis havia pedido “para todos, para um mundo que ainda hoje precisa de misericórdia, e para que possamos ser seus instrumentos” e “sinais de perdão”.
História da Festa
De acordo com as Fontes Franciscanas, Francisco estava rezando na igrejinha da Porciúncula, quando o local ficou totalmente iluminado e o santo viu sobre o altar o Cristo e, à sua direita, Nossa Senhora, rodeados por uma multidão de anjos.
Perguntado sobre o que desejava para a salvação das almas, Francisco respondeu: “Santíssimo Pai, mesmo que eu seja um mísero pecador, te peço que, a todos quantos arrependidos e confessados, virão a visitar esta igreja, lhes conceda amplo e generoso perdão, com uma completa remissão de todas as culpas”.
O Senhor teria lhe respondido: “Ó Irmão Francisco, aquilo que pedes é grande, de coisas maiores és digno e coisas maiores tereis: acolho portanto o teu pedido, mas com a condição de que tu peças esta indulgência, da parte minha, ao meu Vigário na terra (o Papa)”.
Logo após, Francisco apresentou-se ao Santo Padre Honório III, partilhou a visão que teve, e o Papa concedeu sua aprovação. “Não queres nenhum documento?”, teria perguntado o Pontífice. E Francisco respondeu: “Santo Pai, se é de Deus, Ele cuidará de manifestar a obra Sua; eu não tenho necessidade de algum documento. Essa carta deve ser a Santíssima Virgem Maria; Cristo o Escrivão; e os Anjos as testemunhas”.
Assis teve a inspiração divina de pedir indulgência ao Papa Honório III e, em 2 de agosto de 1216, diante de uma grande multidão, o frade, na presença dos bispos da Úmbria, promulgou o Grande Perdão para cada ano.
E para obter a Indulgência Plenária para si mesmo ou para familiares que faleceram, atravessando o limiar da Porciúncula, é necessário fazer a confissão, participar da Missa e da Eucaristia, renovar a profissão de fé recitando o Credo e Pai-Nosso, e por fim a oração segundo as intenções do Papa e pelo Pontífice. Mesmo neste período de pandemia e suas restrições, será possível receber a Indulgência.
Perdão, fonte inesgotável
E ainda hoje a Porciúncula é uma “porta sempre aberta” para aqueles que querem se valer da graça de Deus através do Sacramento da Reconciliação. Uma fonte que nunca deixa de gerar água limpa, apesar das restrições impostas pela pandemia.
A Festa do Perdão deste ano terá passar por algumas alterações. Frei Simone Ceccobao, responsável pelo Santuário da Porciúncula, conta que a Basílica precisou adaptar-se corretamente a todas as regulamentações sobre distanciamento social, sobre a higienização dos espaços, não haverá as grandes multidões de outros anos.
“O perdão é sempre o perdão. Gosto de vê-lo assim este ano, porque é verdade que há uma emergência ainda em andamento que nos fez sentir um pouco mais frágeis, um pouco menores, um pouco mais indefesos, mas ao mesmo tempo essa emergência destacou de maneira muito forte a urgência do perdão que torna nossas vidas novas”, recorda o frei.
Entre as mudanças, está a não realização da marcha que era um dos momentos mais comoventes junto com a abertura da porta da Porciúncula. Para os jovens haverá uma catequese no dia primeiro de agosto e uma pequena representação de jovens, de todas as regiões da Itália, se reunirão aqui na Porciúncula e, portanto, simbolicamente, esses milhares de jovens ainda estarão aqui.
Santuário do Pai das Misericórdias unido a Assis
Esta data litúrgica faz parte do estatuto que rege o Santuário do Pai das Misericórdias e, neste ano, por conta da pandemia do coronavírus, as celebrações acontecerão às 7h e às 12h, sem a presença do público, mas transmitidas pelo Sistema Canção Nova de Comunicação.
“Quero levá-los todos para o céu” gritava São Francisco em Assis. E para saber como o fiel poderá viver este dia em meio à pandemia, o vice-reitor do Santuário do Pai das Misericórdias, padre Márcio do Prado destaca que mesmo em casa, é possivel viver com muita fé a Festa do Perdão de Assis.
O sacerdote lembra que o Santuário pode conceder a graça da indulgência plenária aos fiéis. “Como? Bom, primeiro a indulgência plenária é a remissão de todos os pecados, por isso, essa graça está intimamente ligada ao sacramento da Confissão, depois, o fiel deve receber a Eucaristia e rezar nas intenções do Papa, pode ser um Pai-Nosso, uma Ave-Maria, ou outra piedosa oração. Talvez, você diga: Mas como fazer isso neste tempo? Não posso, não é possível? Podemos fazer isso espiritualmente. Se você puder ir à Missa na sua paróquia, vá; do contrário, acompanhe de sua casa”.
Sobre a realidade da confissões, o sacerdote esclarece: “Se ainda é possível a confissão, faça; se não for, peça perdão a Deus e confesse com o padre assim que possível e, depois, reze nas intenções do Papa”.