PROTEÇÃO

Santa Sé reafirma necessidade de combater violência contra mulheres

As Nações Unidas organizam uma reunião em Nova York para comemorar o 30º aniversário da 4ª Conferência Mundial sobre as Mulheres, realizada em Pequim

Da redação, com Vatican News

O Secretário para as Relações com os Estados do Vaticano, Arcebispo Paul Richard Gallagher / Foto: Reprodução Reuters

Em discurso proferido em uma reunião de alto nível das Nações Unidas em Nova York para comemorar o 30º aniversário da Quarta Conferência Mundial sobre a Mulher, realizada em Pequim, o Arcebispo Paul Richard Gallagher refletiu sobre os progressos alcançados e os desafios que ainda restam para alcançar a igualdade para as mulheres. Ele apelou veementemente à defesa e à defesa da dignidade e da igualdade das mulheres em todas as esferas da vida.

“Há trinta anos, a comunidade internacional reuniu-se em Pequim para se concentrar em questões importantes e urgentes relativas à dignidade da mulher e ao pleno gozo dos seus direitos humanos fundamentais”, recordou o Secretário do Vaticano para as Relações com os Estados e Organizações Internacionais. “Desde então, embora tenham sido alcançados progressos significativos, existem questões persistentes na Declaração e na Plataforma de Ação de Pequim que permanecem sem solução.”

Pobreza, educação, desigualdade econômica

Entre esses desafios não resolvidos, ele destacou a pobreza, a educação e a desigualdade econômica, observando que seus índices ainda são alarmantes.

“A extrema pobreza das mulheres, os obstáculos ao acesso ou mesmo à exclusão das mulheres da educação de qualidade e seus baixos salários no local de trabalho impedem a plena conquista da dignidade igualitária das mulheres e a capacidade de realizar seu potencial em todas as esferas da vida”, afirmou.

Violência

Dom Gallagher enfatizou com particular preocupação a violência contra mulheres e meninas: “Onde quer que ocorra, em casa, durante o tráfico ou em situações de conflito e humanitárias, constitui uma afronta à sua dignidade e uma grave injustiça.”

O arcebispo também observou que “a tecnologia está sendo usada para exacerbar certas formas de abuso e violência”, acrescentando que o problema vai além da exploração.”

Em sua declaração, ele observou ainda que a violência não se limita à exploração sexual e ao tráfico, mas também inclui as práticas de seleção sexual pré-natal e infanticídio feminino.

Esses atos condenados na Declaração e Plataforma de Ação de Pequim continuam a roubar milhões de “meninas desaparecidas” a cada ano. A Santa Sé, disse ele, condena firmemente essa violência em todas as suas formas, insistindo que ela nunca é aceitável e deve ser erradicada.

Saúde

A saúde é outra preocupação urgente. O Arcebispo Gallagher destacou que, “Embora as taxas de mortalidade materna tenham caído significativamente desde 1990, o progresso estagnou nos últimos anos. O acesso a cuidados pré-natais e a parteiras qualificadas, bem como a sistemas e infraestrutura de saúde, deve aumentar, enquanto falsas soluções, como o aborto, devem ser rejeitadas.”

O religioso destacou que a proteção do direito à vida é essencial como fundamento de todos os direitos humanos, pois sustenta todos os outros direitos fundamentais.

Igualdade

A igualdade para as mulheres, continuou, não pode ser alcançada a menos que a dignidade de cada pessoa, especialmente a mais frágil e vulnerável, desde o nascituro até o idoso, seja respeitada.

Finalmente, Dom Gallagher clamou que os governos permaneçam fiéis aos compromissos assumidos em Pequim.

“A principal preocupação da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim, que aborda as necessidades das mulheres em situação de pobreza, estratégias para o desenvolvimento, alfabetização e educação, o fim da violência contra mulheres e meninas, uma cultura de paz e o acesso ao emprego, à terra, ao capital e à tecnologia, continua sendo negligenciada. A Santa Sé espera que, em vez de se concentrar em questões controversas que não são necessariamente benéficas para as mulheres, a dignidade que lhes foi dada por Deus seja respeitada e cumprida pelos Estados”, afirmou.

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