DIPLOMACIA

Santa Sé à OSCE: concentrem-se na proteção da liberdade religiosa

A Santa Sé elogiou a nova presidência polonesa da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa por seu compromisso com relação à paz e escolha religiosa

Da redação, com Vatican News

O Ministro das Relações Exteriores polonês, Zbigniew Rau / Foto: Reprodução Reuters

À medida que a Polônia assume a presidência da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), a Santa Sé encorajou a nova presidência a manter seu foco na proteção da liberdade religiosa de acordo com os princípios e compromissos da OSCE para a paz e a segurança.

Com 57 Estados da Europa, Ásia Central e América do Norte, a OSCE é a maior organização de segurança regional do mundo. O Ministro das Relações Exteriores polonês, Zbigniew Rau, inaugurou sua presidência em uma sessão especial do Conselho Permanente da OSCE em Viena, em 13 de janeiro, na qual expôs as prioridades da Polônia.

Intolerância religiosa cada vez maior

Falando na reunião, o Observador Permanente do Vaticano na OSCE, Monsenhor Janusz Urbańczyk, expressou a esperança da Santa Sé de que “será dedicada muita atenção à crescente intolerância e discriminação contra cristãos, judeus, muçulmanos e membros de outras religiões”.

Discriminação religiosa versus paz

Ele observou que tais fenômenos não apenas constituem uma violação da liberdade religiosa, mas “podem desencadear violência e conflitos em maior escala, ameaçando assim a segurança e a estabilidade da área da OSCE e, em última análise, colocando em risco as relações pacíficas entre os Estados participantes”.

Mons. Urbańczyk congratulou-se, por isso, com a perspectiva centrada no ser humano anunciada pela Presidência polaca, que disse: “Ajudará a prestar toda a atenção a todas as vítimas de violência, reconhecendo, ao mesmo tempo, a especificidade da intolerância e discriminação contra os membros das religiões, e aborda as necessidades específicas das comunidades religiosas visadas”.

Foco no consenso

O representante do Vaticano também saudou o compromisso da Polônia de se concentrar em avançar para uma resolução pacífica de conflitos na área da OSCE, garantindo “que todas as vozes sejam ouvidas e todos os conselhos sejam levados em consideração”.

De fato, disse ele, “podemos enfrentar os desafios de forma eficaz apenas por meio do consenso (a regra de ouro no processo de tomada de decisão de nossa Organização), que exige a disposição de ouvir atentamente e levar em devida consideração os argumentos de todos os Estados participantes”.

Enfrentando os desafios de forma eficaz

A este respeito, Mons. Urbańczyk salientou ainda a necessidade de evitar centrar-se em questões controversas que não são pertinentes aos objetivos fundamentais da OSCE de garantir a paz e a segurança na Europa.

O religioso lembrou as palavras do Pontífice em seu recente discurso anual ao Corpo Diplomático credenciado junto à Santa Sé, no qual o Francisco expressou preocupação com a diminuição da eficácia de muitas organizações internacionais em lidar com os desafios contemporâneos “devido ao fato de seus membros terem visões diferentes acerca dos fins que desejam alcançar”.

Naquela ocasião, o Sucessor de Pedro observou ainda que “em muitas organizações internacionais o centro de interesse é muitas vezes deslocado para assuntos que, por sua natureza divisionista, não pertencem estritamente aos objetivos da organização”.

“Como resultado, as agendas são cada vez mais ditadas por uma mentalidade que rejeita os fundamentos naturais da humanidade e as raízes culturais que constituem a identidade de muitos povos”, acrescentou o Papa.

Um compromisso compartilhado

O representante do Vaticano encerrou citando as palavras do Papa Francisco em sua Mensagem para o 55º Dia Mundial da Paz, lembrando que a paz é “um dom dos Cúes e fruto de um compromisso compartilhado” para o qual contribuem diferentes instituições da sociedade.

“Estamos fortemente convencidos de que a OSCE representa uma peça importante dessa arquitetura de paz”, concluiu.

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